MUNDO
Israel envenenou fugitivo palestino em 1997, diz livro
Por Agência Reuters
O Mossad, serviço secreto de Israel, envenenou chocolates para matar um militante palestino considerado responsável por planejar sequestros de aviões nos anos 1970, segundo livro lançado por um ex-agente israelense.
De acordo com "Striking Back" (Atacando de Volta, em tradução literal), de Aaron J. Klein, o chefe da Frente Popular pela Libertação da Palestina se refugiou em Bagdá de uma campanha de retaliação de Israel, depois do ataque contra seus atletas nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
O gosto de Wadi Haddad por doces talvez tenha sido a sua desgraça.
O livro, que cita entrevistas com agentes veteranos do Mossad, diz que em represália pelo seu papel nos sequestros da Frente Popular, um agente duplo palestino fez chegar até o militante chocolates belgas com um veneno indetectável e de efeito lento, em 1977.
"Semanas depois ele começou a perder peso. Perdeu o apetite. Exames de sangue mostraram que o seu sistema imunológico estava comprometido", escreveu Klein, correspondente em Jerusalém da revista Time e capitão da reserva do serviço militar de inteligência israelense.
"Ele levou alguns meses para morrer", afirma Klein no livro. Israel nunca assumiu formalmente a responsabilidade pelos assassinatos praticados após 11 dos seus atletas terem sido mortos num ataque de militantes palestinos em Munique.
O diretor de Hollywood Steven Spielberg usou esses ataques e os assassinatos que os seguiram como tema do seu filme "Munique" (2005).
Veneno foi a arma escolhia em pelo menos uma operação do Mossad confirmada: a tentativa de matar Khaled Meshaal, líder exilado do Hamas, em Amã, em 1997.
Dois agentes jogaram veneno no ouvido de Meshaal, mas eles foram perseguidos e presos por seguranças. Sob pressão jordaniana, um dos estados árabes com acordo de paz com Israel, os israelenses entregaram o antídoto.
Muitos palestinos acreditam que o líder Yasser Arafat, que morreu em um hospital francês em 2004 de uma doença misteriosa, foi também vítima de envenenamento israelense.
Israel negou, e médicos franceses disseram que não havia nenhum sinal de uma ação assim.
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