MUNDO
No aniversário da morte, Pinochet ainda divide chilenos
Por Agencia Estado
No primeiro aniversário de falecimento do ex-ditador Augusto Pinochet, um grupo reduzido de familiares e partidários marcou a data de hoje com homenagens, enquanto o governo destacava que muitos chilenos lembram com "horror" as atrocidades cometidas pelo regime do ditador. "Um ano depois da morte do general Pinochet, amigos e familiares naturalmente sentem sua morte e lembram positivamente de sua figura", disse Belisário Velasco, ministro do Interior do Chile.
Mas os familiares de milhares mortos e desaparecidos o lembram "com horror e o responsabilizam pelos fatos ocorridos durante os 17 anos de ditadura", acrescentou Velasco, que foi encarcerado três vezes por se opor ao regime militar. Pinochet, que derrubou o presidente eleito Salvador Allende em 11 de setembro de 1973, governou com mão-de-ferro e repressão. Ele morreu em 10 de dezembro de 2006 aos 91 anos, de problemas cardíacos.
Uma missa foi celebrada em homenagem à memória do ex-general na catedral castrense de Santiago. A Fundação Pinochet, criada para oferecer bolsas de estudo a filhos de militares, fez um anúncio num jornal local trazendo uma foto do ex-ditador acompanhado de um menino com a frase: "Quanto mais passa o tempo, maior fica sua obra". A fundação promoverá um debate ainda hoje sobre a figura do ex-chefe de Estado.
Regime
Pinochet governou de 1973 a 1990 e seu regime foi manchado por violações dos direitos humanos e a morte de 3.200 opositores, dos quais 1.200 foram detidos e desapareceram. Antes de morrer, Pinochet foi detido e estava sendo julgado por corrupção devido à descoberta nos Estados Unidos e em outros países de contas bancárias secretas com US$ 27 milhões.
Sua filha mais velha, Lucía, lançou hoje sua candidatura a deputada como independente e reclamou que "os políticos (de direita) querem se distanciar de meu pai". Marco Antonio, outro filho de Pinochet, afirmou que "não podem apagá-lo da história".
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