PROTESTO
Putin e Maduro são alvos da 'malhação do Judas' na Venezuela
Boneco foi queimado por cerca de 30 moradores de La Candelaria, bairro do centro da capital venezuelana
Por AFP

Um boneco de quatro cabeças - que continham os rostos do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e de seu colega russo, Vladimir Putin - foi queimado durante a "malhação do Judas" neste domingo, 17, em Caracas, uma das maiores tradições da Semana Santa na Venezuela.
O boneco - que também tinha os rostos da prefeita de Caracas, Carmen Meléndez, e do ministro de Energia Elétrica, Néstor Reverol - foi queimado por cerca de 30 moradores de La Candelaria, bairro do centro da capital venezuelana, que também mostravam cartazes com mensagens de protesto e críticas às autoridades.
"Queimamos a traição, queimamos a tortura, queimamos a ditadura e queimamos a guerra!", exclamou o morador Carlos Julio Rojas ao atear fogo no boneco.
Na Venezuela, a "malhação do Judas" costuma estar relacionada a temas políticos ou assuntos polêmicos, vistos como traições à população, como os cortes de luz e a covid-19. É a forma que os moradores encontram para representar o episódio em que Judas Iscariotes traiu Jesus em troca de algumas moedas.
O Judas deste grupo de moradores foi batizado como "Vladimir e os filhos de Putin: Maduro, Meléndez e Reverol" por ser "o reflexo da traição a Caracas, a Venezuela e ao mundo".
"Vemos como Vladimir Putin, além de travar uma guerra com milhares de mortos, vemos como [ele] é um dos pilares para que se mantenha a ditadura na Venezuela", disse Rojas, em alusão ao conflito militar na Ucrânia.
A "malhação" foi realizada em uma das ruas onde morreram alguns manifestantes antigovernamentais durante os protestos de 2014, que resultaram em mais de 40 mortes.
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