MUNDO
Voo 447: ainda é cedo para se tirar conclusões sobre causas do acidente
Por EFE
Os especialistas responsáveis pela investigação do acidente com o avião que caiu há quase dois anos no Oceano Atlântico, quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris, confirmaram nesta terça-feira que têm "quase certeza" da capacidade de esclarecer as causas da queda que matou todos os 228 ocupantes da aeronave.
"A captação da totalidade dos dados contidos nas gravações sonoras e dos parâmetros do voo nos dão quase certeza de que vai ser possível esclarecer o acidente", indicou o Escritório de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês) em comunicado. O organismo, encarregado das investigações, assinalou, no entanto, que "no estado atual dos trabalhos não se pode tirar ainda nenhuma conclusão".
Desta forma, o BEA reagiu à publicação de uma informação publicada pelo jornal "Le Figaro" segundo a qual os dados contidos nas caixas-pretas eximem a Airbus de toda responsabilidade, que recai sobre os pilotos.
Para o BEA, "cair no sensacionalismo publicando informações que não foram validadas em um momento no qual a investigação dos dados (das caixas-pretas) não fez mais do que iniciar é um atentado contra o respeito" aos mortos. O organismo indicou que só as informações comprovadas por seus investigadores são válidas e que "as procedentes de outras fontes são nulas".
"Os investigadores deverão agora analisar e validar diversas informações. Trata-se de um trabalho longo e minucioso e o BEA já anunciou que não publicará nenhum relatório provisório antes do verão", lembrou.
"Le Figaro" indicou em seu site que os primeiros elementos da investigação apontavam para erro dos pilotos como causa do acidente que em 1º de junho de 2009 matou os 216 passageiros e os 12 tripulantes do avião que caiu no Oceano Atlântico, minutos após a decolagem do aeroporto do Rio de Janeiro.
O jornal indicou que essas são as conclusões obtidas a partir dos dados recolhidos das caixas-pretas, recuperadas no início do mês, que chegaram a Paris na quinta-feira passada e que foram lidos no fim de semana.
Na segunda-feira, o BEA assinalou que as informações das duas caixas, responsáveis por gravar as conversas da cabine e a guarda os parâmetros de voo, estavam em bom estado, apesar de quase dois anos no oceano a mais de 4 mil metros de profundidade.
Segundo o "Le Figaro", os dados eximem a Airbus de culpa, fabricante do A330 que caiu e um dos processados por homicídio culposo (sem intenção de matar) na investigação judicial aberta na França.
Os investigadores tentam agora determinar se o erro dos pilotos é puramente humano ou incumbe também a companhia aérea Air France, proprietária do avião, o outro acusado, indicou o jornal.
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