Vitória, a final é domingo!

A definição do Campeonato Baiano será nesse domingo, no jogo de ida. Ao menos vem sendo assim nos últimos anos. O primeiro jogo da decisão tem determinado o desfecho da competição, ficando a segunda partida como a confirmação daquilo que se desenhou uma semana antes. Os números das decisões desse milênio são claros. Das 18 edições de estadual, somente em três anos não houve final no sistema de mata-mata. Em 2006, o Colo-Colo ganhou os dois turnos e foi campeão direto. Em 2007 e 2008, o campeão saiu de um quadrangular. Nas outras 15 temporadas, por 12 vezes o time que saiu do primeiro jogo em vantagem garantiu a taça no encontro de volta. Portanto, exige-se do Vitória atenção total no compromisso de depois de amanhã diante do maior rival. Saindo em boa situação da Fonte Nova, vejo poucas possibilidades técnicas do adversário atrapalhar a festa do tri no Barradão. Fora do seu mando de campo, o oponente tem se mostrado pouco efetivo.

Os três anos nos quais uma situação estabelecida na ida se reverteu na volta ocorreram em 2001, 2011 e 2015, nenhum dos casos um Ba-Vi. Em 2001 e 2015, o arquirrival derrotou times do interior, Juazeiro e Vitória da Conquista, respectivamente. O primeiro jogava pelo empate, o segundo podia perder por até dois gols de diferença. Já em 2011, o Vitória desperdiçou a chance do inédito penta em casa, quando dependia de um simples empate contra o Bahia de Feira.

Das 12 finais que confirmam essa tendência da importância do jogo de ida, 10 foram Ba-Vis (nas outras finais o Vitória bateu o Flu de Feira e a Catuense, respectivamente, em 2002 e 2003). Nos clássicos, o Rubro-Negro foi campeão oito vezes (2000, 2004, 2005, 2009, 2010, 2013, 2016 e 2017), enquanto o outro time apenas duas (2012 e 2014).

Após os lamentáveis episódios do primeiro Ba-Vi de 2018, o fator extracampo ganhou um contorno importante. As atenções poderiam estar voltadas para a definição da vida de ambos os clubes na última rodada da fase classificatória do Nordestão, sem dúvida um desgaste extra nesse meio de semana. Mas percebi maior preocupação dos dois lados com a repetição das provocações, especialmente nas redes sociais, que contribuíram para acirrar os ânimos naquela ocasião fatídica. Como o dançarino obsceno do time adversário voltou a fazer das suas no mundo virtual, parece que a lição não foi aprendida. Já o rubro-negro Rhayner, suspenso justamente como consequência do vexame de fevereiro, rebateu com uma foto provocativa, exibindo um curativo falso na face, clara alusão ao ferimento do jogador adversário naquele clássico. Assim com outrora, os dois lados estão errados.

Espero, de verdade, que o Vitória não volte a cair na armadilha do rival. Tem que se concentrar apenas em jogar futebol, mantendo sua boa produção ofensiva e amenizando as falhas do sistema defensivo. Acredito no Leão domingo, mesmo com os desfalques por suspensão ou contusão e a ausência de sua torcida na Fonte Nova, em virtude do reconhecimento por parte dos poderes públicos da incapacidade de prover a segurança no estádio com a presença dos dois lados nas arquibancadas. O adversário virá com o seu famoso jogo de abafa, cavando faltas laterais e no oba-oba de sua torcida. Mantendo a cabeça no lugar, traremos a decisão para o Manoel Barradas, onde o time ainda está invicto na temporada, considerando jogos que chegaram ao seu final. Ali, sim, é casa, não um mero mando de campo.

Saudações Rubro-Negras, hoje e sempre!