EDITORIAL
A dívida com a fauna
Confira editorial do jornal A TARDE deste domingo
Por Editorial

A atenção à fauna silvestre é necessária aos princípios civilizatórios, uma vez sinalizar a prática virtuosa o cuidado com os ditos “irracionais”: indício seguro de maturidade de um povo, como se verifica em etnias variadas.
A manchete de A TARDE pode ser assim interpretada, à guisa de convite, para quem age mal corrigir-se a tempo, bastando imitar o comportamento de cuidadores e cuidadoras inspiradas no exemplo de São Francisco de Assis.
Engajamento é a palavra apropriada para reduzir os efeitos do contexto no qual micos, iguanas, capivaras, jiboias e sariguês foram despejados de seus habitats à medida do crescimento urbano e da ocupação do solo do município.
Até os besouros e as cigarras se veem aflitas, cada espécie a seu modo, quando suas casas são destruídas, cabendo aos humanos o reconhecimento desta mazela, ao buscar meios de amenizar o desequilíbrio provocado.
Uma das formas paliativas de melhor êxito é a atuação da Companhia Independente de Polícia Ambiental, a briosa Coppa, ao registrar o salvamento de 7.497 destas criaturas em fuga, na busca por abrigo, de janeiro a junho deste ano.
Mantido o ritmo, ou os amigos da natureza vêm trabalhando mais, com reforço das equipes e condições de prestar socorro, ou aumentou o número de desabrigados, podendo haver ainda um “combo” das duas opções propostas.
É preciso, no entanto, criar políticas públicas, não apenas para proteger as pessoas, afinal, somos nós os invasores, mas principalmente para ampliar os locais de acolhimento e médicos veterinários contratados para curar enfermos.
O número 190 deve ser acionado quando se avista um destes seres “estranhos” à urbes, pois com boa vontade e o uso da inteligência, pode-se deslocar parte destes “exilados” para locais de verde resiliente da cidade.
Projetos como o Condomínio do Bem, para acolhimento de cães e felinos, e a lista de “gateiras” do Club Garfield, poderiam ser multiplicados, a fim de reparar uma fração do bem de viver em paz do qual foram privados os ex-moradores.
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