A lição da generosidade

Quem ama, dá, sem hesitar; quem não ama, também ajuda, mas aí já não é um sentimento e sim um valor moral: o da generosidade, um degrau acima da inclinação a ser solidário, quando os interesses de quem recebe convergem.

A prática da doação vai além de simplesmente oferecer recursos materiais: fortalece os laços comunitários, e cria um ambiente de empatia e cooperação, contribuindo para a troca de afeto entre brasileiras e brasileiros distantes.

O exemplo dos baianos, forjados na instrução pela piedade e misericórdia pelos primeiros jesuítas, pode ajudar não apenas na resistência e na reconstrução, como inspira boas práticas para coirmãos do Rio Grande do Sul.

Diante do desprendimento e da capacidade de dar a mão a quem precisa, não será surpresa se os gaúchos revidarem, no sentido pleno e positivo, ao ajudarem em futuro breve a cavar poços artesianos nas nossas super secas.

De cá para lá, e em sentido inverso, basta uma pesquisa rápida e confiável para saber as necessidades e como ajudar, na emergência sugerida por imagens de cavalo resgatado de um telhado e gente arrastando-se no lamaçal.

Enquanto método, o importante é escolher estratégias seguras, pois em um mundo contaminado por conteúdos falsos, há golpistas sem mínimo escrúpulo, dispostos a enganar e desviar as transferências por pix e até água e comida.

Os pontos de coleta estão espalhados por todo o país, seguindo o lema “união e reconstrução” ao pé da letra, deixando a semente de um novo Brasil, reduzindo-se os preconceitos dos sulistas, graças à caridade do Nordeste.

Os mais céticos – e neste contexto, o ceticismo é um benefício – podem utilizar-se dos correios, de unidades do corpo de bombeiros militar, instituições públicas e privadas de viés filantrópico, já habituadas a receber doações.

Caso seja física a doação, vale lembrar de entregar de forma organizada e decente, da maneira como você gostaria de receber, seja yanomami, sertanejo ou vítima de desmonte de políticas ambientais, como ocorre nos rios do sul.