EDITORIAL
Celebração e brado
Confira o editorial desta quarta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher
Por Da Redação

As conquistas das ligas feministas não são poucas nem pequenas, em corajoso desafio ao preconceito, à ignorância, ao machismo e à maledicência, mas os supostos envenenamentos de meninas iranianas sugerem a continuação da saga fortalecida hoje nas marchas pelo Dia Internacional da Mulher.
Estariam relacionados os atentados, em dilacerante crueldade, ao ardil de grupos extremistas, insatisfeitos com a educação de crianças do sexo feminino, em enviesada interpretação de textos sagrados do Islã, na leitura do Alcorão.
Alcança a casa de centenas o número de instituições nas quais o plano macabro ameaça a vida das inocentes em regiões diversas, há três meses, em articulação somente possível com a cumplicidade de rede organizada de aloprados. Embora desdobrem em dor, os ataques ampliam a rejeição à anacrônica teocracia dos aiatolás, desde 1979 no controle do Irã.
Poderiam os Estados Unidos assumir sua fração nesta escalada de retrocessos, culminando no atual fanatismo: a estreia da CIA, central especializada em urdir golpes, foi na derrubada da democracia iraniana, em 1953, socorrendo a Inglaterra, pois o Congresso aprovara a estatização do petróleo.
Nesta perspectiva, o combate ganha perfil transversal, unindo gênero a macropolítica, pois foi no mesmo território estadunidense, precisamente em Nova Iorque, a origem da efeméride comemorada nesta data: no dia 8 de março de 1908, 15 mil cidadãs caminharam juntas por redução na jornada de trabalho, aumento nos ordenados e direito ao voto.
A passeata repercutiu em novas manifestações em 17 países, no terceiro aniversário do movimento, em 1911, e desde então tornou-se referência, com objetivos de libertação.
Neste 2023, portanto, é o encontro planetário ano 111, tendo-se boas razões para comemorar, além do brado geral de denúncia da crueldade contra as alunas iranianas. Entre estes motivos, estão a ocupação de postos de trabalho, o acesso às escolas e a mobilização por justiça equitativa. Reivindicam nada além daquilo pertencente a elas por direito.
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