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OPINIÃO

Colosso Marinho

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Por Editorial

01/11/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Colosso Marinho
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Baía de todos os santos, para os portugueses, em 1501; ou kirimurê – grande mar interior –, na língua tupinambá do povo originário; faltariam palavras em quaisquer idiomas para corresponder ao Colosso Marinho, aniversariante de hoje, estrategicamente posicionado à entrada de Salvador.

Ou em contramaré: foi a primeira capital quem adaptou seus dois andares ao feitio do coliseu aquático por onde a flotilha de João das Botas pôs os lisboetas a enjoar em 1823; muito antes, os holandeses chegaram para deslizar nas encostas, e pela mesma via foram expulsos.

Tão relevante quanto a condição militar de sua escolha, como referência para construção da “cidade da baía”, em 1549, é sua dignidade cósmica, contendo potencialidades jamais atualizadas, em flagrante de gigantesco desperdício, e logo no “acidente” geográfico nominativo do Estado da Bahia.

Travessia, alimento, beleza, riquezas, exuberância de fauna e flora, boas ondas, ventos dosados, cores, formas, tudo isso e mais tanta coisa boa, oferecida em 56 ilhas e 16 municípios, produzem uma sensação de atraso civilizatório pela incapacidade de aproveitamento deste tesouro por falta mesmo de uma única e escassa convergência.

O naufrágio da “Cavalo Marinho”, jamais esquecido, é símbolo da mobilidade problemática; a ocorrência de pesca com bomba; vazamentos; poluição por plásticos e embalagens; a subutilização do desporto aquático, rejeitando-se o paraíso associado ao turismo: o “real” afunda nas águas.

A cidadania desacostumada a disputar o leme das “embarcações” políticas tem formas pontuais de atuação, utilizando-se novas tecnologias, como é o caso emblemático de 123 ativistas do mar do cibergrupo Kirimurê, há sete anos unido pelo tridente baiano de Posídon.

Apesar das propostas de empreendimentos, todas bem cuidadas por especialistas, incluindo a preservação ambiental, mora ainda no devir o momento de unirem-se os interesses dos “kirimureenses” no sentido do convívio capaz de honrar o presente divinal de tão apetecível fração de mundo.

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