EDITORIAL
Cuidado com o álcool
A TARDE voltou a cumprir seu papel de alertar, a fim de salvar vidas
Por Redação
Restrições severas ou proibição completa do consumo de bebida alcoólica são ausentes dos debates sobre saúde pública no Brasil, país no qual, ao contrário, o incentivo oficial em forma de apoio à indústria e o estímulo de anúncios publicitários, além do costume secular, podem produzir abuso com riscos de morte imediata ou a médio e longo prazos.
Seria temer errar alguma estimativa do número de fígados perdidos anualmente para jarras de destilados ou não, encontrando-se apoio em praças esportivas, nas quais a cerveja é servida à vontade e absorvida em denominações e investimentos, enquanto religiões de grande popularidade cultuam o vinho, de preferência “selvagem”, ou oferecem aguardente a divindades.
A TARDE voltou a cumprir seu papel de alertar, a fim de salvar vidas, considerando outros males causados desde a antiguidade pelo “mel” de Dioniso e seu parceiro, Sileno: sofrimento de mortes nos acidentes; feminicídios precipitados por volúpia e idiotia mental, crônica ou provisória; bem como os desperdícios em apostas e outros vícios “inspirados” por tonéis.
Quem prestou atenção nas recomendações de especialistas, poderá lembrar-se dos desdobramentos possíveis de exageros, nas celebrações, quando se pretende ampliar o estado de alegria, aumentando a potência até o limite do entusiasmo, gerando, no entanto, o grave perigo da contrapartida: a debilidade plena, ao perder-se a consciência para o próximo gole.
Embora cientistas qualificados admitam tratar-se de um psicoativo de alto poder de provocar desequilíbrio, os ganhos com a mercadoria de altíssima periculosidade animam desde os donos de “vendinhas” até os maiores atacadistas desde este período ao Carnaval.
O valor econômico pode até explicar por que a “canjibrina” é tão amada, incluindo a equidade de gênero, uma vez serem as mulheres capazes de rivalizar com os homens, restando a quem conseguir proteger o próprio juízo tentar ajudar a turma forte candidata a cometer sandices por causa de mais uma dose da droga liberada.
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