EDITORIAL
Deficiência não, diferença
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
Os padrões de normalidade não se sustentam quando se tem desenvolvimento afetivo, como é o exemplo da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Salvador, ao promover a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla.
Embora de um ponto de vista conceitual, ainda se refira “deficiente” a quem interage com o mundo e as pessoas de forma distinta, a palavra não dá conta da condição dos grupos humanos convivendo com diferenças nos aparelhos percipientes e de cognição.
O objetivo de inclusão social volta à pauta anualmente, entre os dias 21 e 28 de agosto, em processo educativo para adultos e gestores capazes de acolher todas e todos em situação de dificuldade por força de uma tradição alicerçada no erro moral do menosprezo.
O tema da campanha deste ano, “Nossa História, quem somos e o que fazemos”, instrui sobre a trajetória das apaes em busca de espaço de convívio pleno para suas crianças e jovens, em árdua tarefa, sabendo-se da baixa empatia dos autoproclamadas normais.
A luta movida a amor e resiliência também visa incentivar políticas públicas com perspectiva de reduzir as adversidades enfrentadas por numerosos grupos de brasileiras e brasileiros prontos a serem abraçadas como primeira ação voltada para o acolhimento.
O combate a preconceitos e exclusões alcança a dimensão política ao cindir a população em dois grupos: aquele dotado de generosidade será mais sensível às demandas enquanto um outro, contaminado por ideias conservadoras, tem dificuldade em apoiar.
No âmbito escolar, já há legislação prevendo a adequação dos educandários para integrar os portadores de alguma diferença corpórea ou mental, no entanto, não se vê investimentos proporcionais às determinações legais tampouco fiscalização para cumprirem-se as regras.
No mercado de trabalho, dá-se o mesmo contexto, pois está prevista a oferta de empregos proporcionais ao porte do estabelecimento, porém, ainda são exceções os patrões dispostos a conceder a oportunidade a esta mão de obra, acreditando-se trazer menos benefícios.
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