EDITORIAL
Depois da gripe
Confira o editorial de A TARDE desta sexta-feira
Por Editorial

A pronta atuação do Brasil, ao defender-se da ameaça silenciosa da gripe aviária, revela algo maior, a capacidade humana de agir pela autopreservação quando ocorre uma surpresa – e ninguém está livre delas. A resposta veio em ato contínuo, por meio de ações divulgadas para a população, valendo, neste contexto, a transparência e até o esforço da revelação fidedigna do passo a passo e dos acertos.
Já está contando o período de 28 dias para não se registrar nenhum novo caso, condição para retomada gradual das exportações, quando poderá a sociedade brasileira comemorar a superação do susto na granja gaúcha. Este foi o primeiro registro de influenza aviária em estabelecimento comercial, fato mobilizador dos recursos, humanos, financeiros e todos os disponíveis em mutirão formado por servidores públicos e civis em geral.
Para passar nesta prova de recuperação, envolvidas e envolvidos terão de observar o “vazio sanitário”, retiradas as aves e suspensas as atividades, seguindo dois períodos de incubação de 14 dias, cada, no protocolo. Prevista no Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a medida nutriu-se do repositório de conhecimento científico armazenado em alcance internacional pela medicina veterinária.
O plano vem dando certo, considerando a aprovação por parte dos especialistas, ao verificar-se a desinfecção de galpões, máquinas e outras estruturas e equipamentos, incluindo área administrativa. Do trabalho desenvolvido pelas hostes da saúde animal depende a recuperação de um dos setores mais pesados na balança do PIB nacional.
A movimentação, até o tempo presente, indica a expectativa de “cura”; tão improvável quanto o voo de uma galinha seria uma segunda surpresa, pois 540 propriedades rurais foram inspecionadas num raio de 10 quilômetros. Seguirá a investigação até descobrir-se as causas do indesejado ineditismo.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes