OPINIÃO
Desequilíbrio e ajuste
Confira o editorial do jornal A TARDE desta segunda
Por Editorial
A expropriação de pequena parte do tesouro, amealhado por corporações cevadas principalmente em países invasores, para custeio do enfrentamento da poluição por elas mesmas causadas, produz a sensação de ajuste do desequilíbrio estrutural como tema do dia no encontro de líderes do G20 no Rio de Janeiro.
A senha supõe a responsabilidade atribuída ao conjunto das maiores economias, em relação escandalosa de causa e efeito, do tipo lógico “se A, então B”, pois são as detentoras de 80%das riquezas, igual percentual da emissão de gases de efeito estufa, em pista numérica relevante.
A suposta coincidência sugere uma genealogia do direito, retroagindo ao código de Hamurabi, na primeira Babilônia, do século VIII a.C., quando vigeu a ideia pioneira de recuperar a privação de um bem, ao punir-se seu causador, cabendo, portanto, como luva, no debate de agora, mil anos depois.
Não se trata de monetizar o maior dos bens, o da vida, pois a ninguém é dado saber em cifrão o valor de existir: no entanto, quem polui deve pagar, conforme defendem ativistas de órgãos da sociedade civil, freando o quanto antes o bólido da autodestruição.
Sem arsenal, exceto o simbólico, e forçados a dialogar com a mecânica dos projetos de poder, estes grupos guiados pela utopia dos moinhos de Quixote nem por isso merecem o menosprezo dos adoradores do deus dinheiro, pois são robustos argumentos as tempestades desmedidas e estiagens esturricantes.
Aos bilionários, de quem se deve taxar as extravagâncias, ninguém em sã consciência espere arrependimento, ao contrário, só o fato de terem caído em erro dehybris (desmesura) já os denuncia como moralmente incapazes.
Na hipótese de insistência na trilha íngreme a conduzir o homem ao reencontro com a deidade primordial – Caos –, restará a coerência de apostar, nos sites especializado sem ilusão, quanto tempo resta antes de inviabilizarem-se os ecossistemas por culpa de quem ludibriou a si próprio com o culto ao raciocínio, tendo como metas explorar, lucrar – e matar.
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