OPINIÃO
Editorial - A Bahia da liberdade
A população baiana aplaude quem de fato escreveu a história vitoriosa desta nação
Por Da Redação
A vitória sobre Portugal, há exatos 200 anos, representa a definitiva libertação do Brasil, graças ao empenho de bravos guerreiros, entre os quais escravizados e indígenas, pegando em armas improvisadas para derrotar o verdugo lusitano.
Chega de decorar a cantilena mal contada nos livros de história convencionais, nos quais se vê a figura de um heroico D. Pedro I, às margens do Riacho Ypiranga, gritando “Independência ou Morte”.
Como se o berro do monarca fosse capaz, pelos decibéis, de espantar os invasores, quando de fato, eles só deixaram o país à força, por obra e arte do povo de Salvador e de vilas do interior baiano.
Hoje é dia de superar a lenda e respeitar a produção de conhecimento, suficiente e necessária para creditar aos verdadeiros heróis a coragem de ir à luta pelo ideal de um país livre.
O útero de soror Joana Angélica, sangrado por baioneta de soldado assassino, à porta do Convento da Lapa, é uma das provas irrefutáveis do valor dos defensores da terra da liberdade.
Também passa à condição de protagonista o Tambor Soledade, morto em Cachoeira pelas canhoneiras do estrangeiro, quando o município insurgiu-se contra o despotismo instalado em 1500.
Quando os carros do caboclo e da cabocla passarem em desfile, cada baiana e baiano, e seus antepassados, estarão ali representados, e de alguma forma subirão para ficar ao lado do par-símbolo de nossa cidadania.
Incentivar as crianças a agitar as bandeirinhas da Bahia e do Brasil é a melhor forma de garantir o futuro deste sonho, com a nova geração capacitada a seguir o hino: “com tiranos não combinam brasileiros corações”.
Tomando como ferramenta didática o encontro na Lapinha, podem-se evitar retrocessos, substituindo-se os gajos de outrora por inimigos disfarçados de patriotas, como o país enfrentou e derrotou, mais uma vez, recentemente.
Hoje é o dia especial no qual uma entusiasmada torcida, a população baiana, aplaude quem de fato escreveu, na prática da liça renhida, a história vitoriosa desta nação.
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