Editorial - Insegurança cibernética

A expansão do convívio em redes de tecnologia digital tem ampliado a necessidade e a urgência de se criar escudos de proteção para os setores público e privado diante da insegurança crescente no ambiente cibernético.

Enquanto meios de cooperação procuram combater o uso indevido e criminoso de dados dos cidadãos internautas e de empresas, não se encontra resposta conclusiva à demanda, devido a aspectos orgânicos à arquitetura da internet.

Pensada primeiro como estratégia de defesa militar, no projeto Arpanet, do Exército dos Estados Unidos, e aprimorada pelas universidades, a invenção teve decisiva influência hipster do anarquismo inofensivo dos anos 1960.

No entanto, hoje, virou pesadelo a utopia dos jovens habitantes do Vale do Silício, ao darem o formato final ao gigantesco armazém de conhecimentos dotado de comunicação instantânea e veloz.

O problema de difícil solução, talvez impossível, está nesta raiz libertária, inseparável ao funcionamento das máquinas, pois foram conectadas sem governo, nem liderança, tampouco normas ou leis, em liberdade incontrolável.

Acreditando-se numa era de aquário, na qual a humanidade teria por inclinação o desenvolvimento pela troca de informações confiáveis, os tentáculos invencíveis agora são fonte de angústia pois predominam o crime e a mentira.

O resultado do preocupante cenário é a busca emergencial por antídotos para imunizar os negócios e as democracias, enquanto a inclusão virtual avança em ritmo desproporcional ao aprendizado de práticas virtuosas e valores morais por usuários.

Em vez de vislumbrarem a sonhada aurora de um planeta sem fronteiras, especialistas reunidos em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, revelaram-se alarmados pelos efeitos nefastos dos crimes no ciberespaço. Os riscos cibernéticos seguem na lista dos 10 mais importantes a enfrentar para o ano de 2023. Será preciso ampliar o grau de prioridade dado ao assunto e incrementar as formas de combate.