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08/10/2023 às 2:20 - há XX semanas | Autor: Da Redação

OPINIÃO

Editorial - O caldeirão indígena

Confira o editorial do Grupo A TARDE deste domingo

O laureado (pela academia Brasileira de Letras) tem cativado multidões com sua lúcida articulação de palavras
O laureado (pela academia Brasileira de Letras) tem cativado multidões com sua lúcida articulação de palavras -

A eleição de um indígena para a Academia Brasileira de Letras emboscou os ingênuos puristas incompetentes para perceberem a mudança e o movimento como necessários à reinvenção incessante das manifestações culturais.

Ailton Krenak comprova o poder da mistura de jeitos de ser como o fundamento metafísico de toda e qualquer povoação, multiplicada em grupos e etnias, como forma abstrata de se tentar admitir a incoerência demasiada humana.

O fato de acolher representante dos mais dignos dos povos originários ganha feições de confissão de culpa em entidade dominada por crenças eurocêntricas de viés racista, iniciando-se agora o pagamento de promissória protestada.

Embora a homenagem seja representativa do avanço dos nativos em sua luta incessante de resistência desde as caravelas, a façanha guarda cuidados de produzir significância apenas quando assimilada no contexto no qual emerge.

Para as nações atacadas há exatos 523 anos, pode não fazer o menor sentido distinguir um dos seus, pois “academia”, “brasileira” e “letras” são dificílimas de decodificar em seus falares e ethos (jeito de ser), em distinção peculiar e livre.

Não se pode perder energia em tal hipótese, uma vez ser a língua portuguesa falada no Brasil o resultado de um emaranhado de 200 outras, ao reinventarmos repertório inédito, tal a quantidade de populações envolvidas.

Os ativistas, os intelectuais e pessoas de boa vontade em geral compreendem o alcance da escolha, pois representa a superação de uma hiperbólica ignorância, uma vez ser impossível admitir tal galhardão há bem poucos anos.

Escritor – e mais, filósofo –, o laureado tem cativado multidões com sua lúcida articulação de palavras, apesar de expressar-se preferencialmente no idioma imposto pelos etnocidas europeus, assassinos não apenas de corpos.

A admiração ou inveja, a depender do caráter de quem julga o Krenake, como aportuguesamos, está justificada pela capacidade de “cozinhar” vocábulos em caldeirão de vozes sob o fogo de um país em constante ebulição.

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