OPINIÃO
Editorial - O tamanho do amor
Órgãos do estado da Bahia se unem por campanha de incentivo à adoção de crianças
Por Da Redação

O Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia e a Defensoria Pública uniram forças para lançar a campanha “O amor não tem tamanho”, a fim de incentivar adoção de crianças com idade acima de seis anos.
Além das preferências por tom de epiderme, preferindo-se as brancas, e por gênero, tendo como favorito o sexo masculino, há grande dificuldade relacionada à escolha por meninas e meninos mais novas.
O problema torna-se grave quando é verificada a desproporção, pois do contingente de 1.033 disponíveis em lares de acolhimento, apenas 113 ou pouco mais de 10% estão com processo devidamente encaminhado.
O absurdo aritmético é explicado, em parte, pelo preconceito etário, pois as mil pessoas ou famílias dispostas a adotar teriam como suposto critério a idade.
Reconhecida a lentidão, atribuída à burocracia, além da cadência já “normalizada” nos gabinetes das cortes, o Conselho Nacional de Justiça aponta esta discriminação como causa eficiente do infausto disparate.
Os dados oficiais do sistema de monitoramento e controle da instituição revelam uma procura maior pela faixa de até 7 anos, no entanto, 6 entre cada 10 internos nos estabelecimentos já estão entre os 8 e 18 anos.
Não é raro o pequeno órfão ou abandonado passar toda a infância e adolescência dentro das instituições, tendo de sair quando fica adulto, com consequências imprevisíveis para a formação do caráter.
O contexto diz muito do perfil da sociedade brasileira, pois o direito à família deveria mobilizar os recursos de todas e todos quantas entendem a importância de reduzir a demanda reprimida por afeto e segurança.
Como se tem consciência diminuta do gesto de proteger quem precisa, independentemente do tempo de vida, vale recorrer à Constituição Federal, ao sugerir garantias para quem representa o futuro do país.
Solicita-se aos encarregados da missão de incentivar o resgate desta prole esquecida a compaixão para ir além da letra fria da lei, engajando-se na luta, cujo efeito viria em convívio pela prática virtuosa.
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