Em boa companhia

As conquistas das mulheres avançam com a lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecendo o direito a acompanhante em procedimentos realizados em hospitais públicos e da rede privada.

O método de seguir ocupando os espaços possíveis, sinalizados na luta das organizações feministas, tomou feição de norma, ao ser publicada no Diário Oficial, dilatando os limites, antes fixados na companhia autorizada da internação de parto.

Desta feita, com a providência chancelada pelo chefe de Estado, toda e qualquer prática, do diagnóstico até a remediação, incluindo exames, garante a presença de pessoa da confiança das consulentes brasileiras.

A regra geral, como sói ocorrer, tem sua exceção, mas apenas para atendimentos realizados nos centros cirúrgicos e de terapia intensiva, cujas restrições de segurança impliquem na solitude de pacientes por recomendação médica explícita.

Embora não precise ser informado pela certeira legislação, o objetivo é principalmente o de inibir episódios não-raros de violência, como os de estupro e importunação, em contextos nos quais agrava-se a vulnerabilidade da vítima quando em isolamento.

Pede-se conferir maioridade na autorização do anjo da guarda, acrescidos os cuidados de indicar cidadã ou cidadão pelas próprias unidades hospitalares, sem custo extra, quando não houver apoio, preferindo-se profissional do sexo feminino.

A diretriz vai exigir, portanto, aos gestores, uma rearrumação de suas estratégias de atendimento, com a criação de cadastros de disponíveis ou similares articulações, tendo por resultado acatar o imperativo de oferecer vigilância in totum.

Doravante, graças à iniciativa, ocorrências de desatino deixam de estar ao fácil alcance de transgressores, em belo tento a favor da política de combate ao teimoso patriarcado, distante de cambalear.

Em busca de unir e restaurar o civismo no Brasil, a boa nova serviu também como medicação para ajudar a recuperar o livre debate no Congresso Nacional.