Metamorfose

Quem ainda duvida das reações corpóreas, evidenciadas pelos sentidos, no excessivo suor e mal-estar por calor demasiado ou súbitas pancadas de chuva com termômetros congelando, pode convencer-se pela luz da razão.

Os impactos climáticos estão chegando mais rápidos em relação a projeções recentes, por associação ao descontrole do aumento dos gases de efeito de estufa, processo de absorção da radiação emitida pela superfície terrestre.

Este fenômeno resulta em lacunas na atmosfera, fragilizando o meio ambiente em consequências imprevisíveis por causa do aquecimento, ao gerar crateras na abóbada celeste ou reino supralunar, como era nomeada pelos astrônomos.

O alerta máximo partiu das Nações Unidas, apontando a concentração de dióxido de carbono – fumaça – e metano, em superdoses capazes de produzir colapsos de inéditas proporções em regiões do globo nestes próximos meses.

O fumoso momento pelo qual passa a vida na Terra sofrerá a metamorfose em formas de ondas recordes de altas temperaturas, gerando secas com potencial de exterminar espécies da fauna e flora, além de aguaceiros devastadores.

Do aviso científico a boas práticas de conter a extinção, nota-se o abismo, pois não se consegue persuadir os países superindustrializados, servindo a sirene para inspirar belas propagandas a fim de polir a falsa imagem dos impérios.

Tomando como marco zero o período anterior ao início da operação das indústrias, no século XVIII, o acumulado de resíduos passou da marca de 50% de aumento, registrados em 2021.

O contexto é grave o suficiente para arriscar-se, por didatismo, a ilustração de em breve tornar-se preciso mais de dois planetas para suportar a carga, no entanto, esta ficção não tem cabimento, pois há apenas um para ser vivido.

Esta nossa única e escassa casa tem resistido contra o pessimismo em relação ao futuro, dado o contexto abrasador, como na cera de abelha, submetida ao fogo, mudando de aparência, sabendo-se da origem de sua modificação.