Mudança de hábitos

País de contrastes, enquanto tenta combater a fome o Brasil enfrenta, em contrapartida, o excesso de peso em mais da metade da população com acesso a alimentos: há quem sofra com estômago vazio ou cheio demais. Dados nacionais divulgados em estudo da Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, apontam para a necessidade de investimento em campanhas de orientação a fim de reduzir o péssimo efeito do vício de comer errado e engordar.

As gordurinhas contribuem para o desenvolvimento da temível diabete, doença do desequilíbrio do açúcar no sangue, com potencial para produzir cegueira, amputação, perda de ereção e morte súbita, além de desdobrar em pressão alta.

A dieta descompensada verifica-se na rejeição a verduras e legumes, exceto na faixa etária dos 65 anos, revelando a importância do tempo para alcançar a sabedoria. As preciosas frutas, das quais o Brasil tem fartura e variedade, seguem a mesma toada, não importando etnia, classe social, gênero e escolaridade, ao sinalizar a emergência do incentivo a este alimento saudável.

A atividade física relacionada à caminhada, corrida ou frequência a academias de ginástica e musculação, acompanha o quadro geral de descuido com a saúde, pois apenas três entre dez brasileiras e brasileiros seguem esta prática.

O apreço pelo cigarro de palha, papel, além de charuto e cachimbo está longe de extinção, bem como o abuso da bebida alcóolica, psicoativo perigoso e incentivado pela propaganda, além de legalizado, apesar de seus danosos efeitos. Diante deste cenário, não se pode esperar outra tendência, a de aumento da depressão e da ansiedade, transtornos geradores de um cotidiano infeliz, pois o controle mental fica prejudicado.

Desenvolvido em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies, o trabalho não deixa dúvidas sobre a oportunidade de implementação de política de orientação nutricional e de práticas voltadas para o bem-estar, apoiadas em plano eficiente de comunicação visando à mudança de hábitos.