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EDITORIAL

O bem da adoção

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Por Editorial

23/05/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem O bem da adoção
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A escolha de uma criança para acolher como filha ou filho difere do processo natural ou biológico, acrescentando ao sentimento do amor a autonomia de quem fica responsável por prover as necessidades de afeto, nutrição e cuidados.

Ás vésperas do Dia Nacional de Adoção, neste sábado, 25, A TARDE verificou as chances de aprimoramento do trabalho do Poder Judiciário, com o objetivo de favorecer bons relacionamentos com este perfil diferenciado por deliberação das pessoas dispostas a entregarem-se ás tarefas incessantes de atenção.

Embora venha crescendo o número de adotados, passando de 87 em 2022, para 170 no ano passado, e agora, um cadastro de 214 disponíveis, é possível identificar oportunidades de redução de trâmites burocráticos, considerando a quantidade seis vezes maior de 1.364 pretendentes.

O equilíbrio, senhor da moderação e da prudência, sinaliza nem exigir-se demais nem de menos, cabendo aos gestores dos fóruns e Vara de Infância e Juventude o empenho no sentido de aproximar os pais e mães da prole escolhida por livre iniciativa.

O contexto revela dificuldades da cidadania brasileira ao lidar com a questão, repetindo-se indícios de desigualdades estruturais, quando se conta em apenas 8% o quantitativo de brancos recolhidos às casas de acolhimento, enquanto pardos e pretos constituem maioria da infância excluída.

A idade é outro fator a ser observado com mais apuro pois a faixa etária a partir de 7 anos não tem a preferência, ampliando a percepção inquietante de um futuro até a maioridade sem a alegria do abraço para comemorar o belo tento de conseguir compor uma família.

Mesmo em declínio auspicioso, calculado em fração significativa da sociedade brasileira, o preconceito contra cidadãs e cidadãos em diferenciadas opções divergentes aos casamentos monogâmicos convencionais, é razoável produzir estatísticas para avaliar se há favoritismo de gênero e etnia.

Cabe, neste diapasão voltado para as afinidades, destacar a importância das chamadas "mães sociais" - profissão reconhecida -, pois delas depende o convívio amistoso dos jovens, mantendo a confiança, senão em conquistar o sonhado colo, ao menos em acessar bens fundamentais.

Vale também lembrar a proibição da "entrega direta", na plena irregularidade de transferência do lar, por parte de mamães em puerpério, com orçamento limitado ou outra restrição de origem social e psicológica, devendo todas e todos aceitarem os ditames da lei, como método de proteção e garantia.

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Tags:

adoção desigualdades estruturais Dia Nacional de Adoção mães sociais poder judiciário Proteção Infantil

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