OPINIÃO
O caldeirão mundial na Bahia
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
O caldeirão multicultural mistura em Salvador linguagens artísticas criadas por etnias as mais diversas, reinventando-se no tacho do dendê sabores e receitas autênticas, únicas e dotadas de aura própria, justificando a escolha da metrópole preta como capital mundial da cultura, ao receber ministros do G20, seleto grupo integrado pelas economias gigantes.
Aproveitando a efeméride do Dia Nacional da Cultura, o encontro recupera vocação consolidada na era do mercantilismo, quando o porto soteropolitano tornou-se o “point” preferencial das rotas das caravelas, o maior invento de mobilidade dos séculos de invasões ultramarinas: construiu-se a imagem de um povo hospitaleiro, habituado a festejar e acolher bem quem por aqui atracava.
Passa de 120 o número de autoridades credenciadas, sem distinção ou intolerância em relação aos perfis de Espanha, Alemanha, Índia, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Indonésia, Angola, África do Sul, União Africana, Rússia, Coreia do Sul, China, Portugal, além de 20 organizações internacionais posicionadas entre os pesos-pesados como Unesco e UNCTAD.
A pauta tenta encaixar o tema das manifestações culturais ao imperativo emergencial de buscar meios de sobrevivência da espécie e do planeta, levando em alta conta os recentes temporais registrados em território espanhol, notadamente em Valencia, ampliando a insegurança, pois mesmo nações poderosas não estão imunes.
Além de combinarem táticas de mobilização de recursos culturais, aliadas ao combate às mudanças climáticas, as lideranças legitimadas têm a oportunidade de assumir investimentos em projetos protecionistas, nada mais justo, uma vez terem sido as indústrias poluentes as maiores causadoras do temido desequilíbrio global.
Também estão presentes na pauta do encontro internacional as regulamentações para as plataformas digitais, como forma de reduzir o impacto da disseminação de conteúdos nocivos baseados em mentiras e adulterações de imagens, estratégia usada largamente pelos extremistas de direita.
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