OPINIÃO
O Livro dos Médiuns
Por Divaldo Franco
No dia 16 de setembro do ano 96 d.C. na cidade de Éfeso, o venerando sábio Apolônio de Tiana discursava no imenso teatro local para a multidão entusiasmada e comovida, quando, subitamente transfigurado, passou a informar que o imperador Tito Flávio Domiciano estava sendo assassinado naquele momento em sua liteira em Roma.
Domiciano era um imperador temperamental e cruel, que submetia todos à sua perversidade. Era temido e respeitado.
O povo, surpreendido com a notícia algo disparatada pela sua singularidade, acreditando que Apolônio estaria delirando em razão da sua avançada idade, abandonou o auditório com receio de que a notícia chegasse a Roma e pela sua inverdade voltasse toda a sua ira contra a cidade.
Após um breve período chegaram as primeiras embarcações de Roma e as notícias eram de que o Imperador fora assassinado nas mesmas circunstâncias narradas pelo filósofo... Essa narração foi escrita pelo historiador Filóstrato.
No dia 7 de outubro de 1571, o Papa Pio V estava numa reunião com cardiais e bispos em Roma, na Igreja de Santa Maria Maior. Ao entardecer, o papa levantou-se, e acercando-se da janela, começou a dizer: - Vejo a vitória das tropas de Don Juan (de Áustria) vencerem a batalha de Lepanto, em Corinto, aprisionando e expulsando da Europa os mouros.
– Vejo milhares de mortos flutuando entre as caravelas, prisioneiros e fugitivos”, nessa que foi uma batalha terrível. – Continuou o Papa, visivelmente transtornado.
Por alguns momentos ele permaneceu descrevendo a visão que o surpreendia, provocando indefinível angústia nos presentes que não sabiam o que se passava. Nesse estado, propunha:
– Badalem os sinos de todas as igrejas e sejam celebrados Te Deum em toda parte porque acabamos de ganhar a guerra...
Todos acreditaram que o Papa havia enlouquecido, mas atenderam as suas ordens. A cidade engalanou-se e festas explodiram em toda parte. Todavia. não chegavam informações a respeito dessa batalha, o que gerou uma onda de críticas e zombarias ao Papa. Passada uma semana uma caravela trouxe a notícia que confirmava totalmente o fenômeno de que fora objeto o religioso. Assim descreve o cardeal Bussotti, que estava presente na reunião...
Poderíamos narrar centenas de fatos semelhantes através da História, demonstrando a paranormalidade do ser humano. Para alguns religiosos são eles milagres da Divindade para chamarem a atenção dos indivíduos.
Coube, porém, a Allan Kardec investigar essa notável manifestação paranormal e denominá-la como mediunidade, levando-o a publicar em janeiro de 1861 O Livro dos Médiuns, o maior estudo jamais realizado a respeito da mesma.
Neste mês de aniversário dessa obra máxima, louvamos o seu autor.
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