EDITORIAL
O ser digital e o nada
Confira o Editorial do Jornal A TARDE
Por Editorial
As pessoas com 60 anos em diante são seis entre cada 10 novos usuários de internet na Bahia, aliando, portanto, a oportunidade de aplicar as lições acumuladas na experiência de décadas à sabedoria de aderir ao mundo digital, com suas facilidades, mas trazendo junto o risco de um sem-número de armadilhas.
A proporção obtida pela mais recente estatística da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) é de responsabilidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), servindo de pauta para reportagem de página de A TARDE, edição de sábado.
A fatia de terceira idade é a maior entre os 314 mil a mais a lidar com os dispositivos, cada qual a seu modo, conforme suas habilidades, gerando necessidade de orientação para os nascidos e criados em convívio analógico e presencial, alterando bruscamente os padrões de sociabilidade.]
Variando desde o perfil estranho ao admirável universo dos “saites” e “blogs”, ao utilizar o aparelho celular como “telefone” sofisticado, até quem mostra intimidade com os recursos disponíveis, a sensação é a de superar parcialmente o isolamento ao qual foram condenados pela própria estrutura capaz de privilegiar o meio virtual como imperativo.
A surpresa da praticidade no acesso aos profissionais de saúde e meios audiovisuais pode gerar a saudável interrogação, atributo exclusivo aos pensantes: este equipamento cabendo na palma da mão trará apenas bons efeitos, como acreditam entusiastas e incentivadores?
A questão torna-se central, à guisa de atalho para escolha de um infinito de opções possíveis, entre o ser da tecnologia, aparentemente libertadora, e o nada anterior representado no vazio de amizades e esquecimento dos familiares.
De modo geral, a inquietude tende a ser compartilhada por outras faixas etárias, considerando o avanço da inclusão, sabendo-se o possível despreparo na aquisição de conhecimento e táticas preventivas, pois se verifica, pari passu, a crescente vigarice de golpistas dispostos a apropriar-se do alheio.
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