O valor da transparência

A transparência, valor moral antagônico ao sigilo, é necessária a toda gestão pública em regime político de viés democrático, cancelando-se argumentos falaciosos, senão pela combinação ética, seguramente por força da lei.

Tendo por pressuposto esta defesa de práticas administrativas leais à cidadania, A TARDE vem contribuindo para fortalecer o relacionamento saudável entre quem gere e as populações a serem beneficiadas.

Foi além o grupo comunicacional mais longevo da Bahia, e ao mesmo tempo de maior fôlego de renovação, ao publicar hoje caderno Municípios focado na temática, situando prefeitos, candidatos e eleitorado.

O único e escasso, porém decisivo objetivo, é o de aguçar nas pessoas – “contribuintes" – o senso de dever da fiscalização, alinhando-se à boa vontade do veículo prestes a completar 112 anos, na trincheira pelo bem comum.

Precisam as cidadãs e cidadãos, independentemente de variáveis de etnia, classe, gênero e orientação, permanecer vigilantes, em sentinela avançada ilustrativa da melhor pedagogia cívica, denunciando flagrantes ou deslizes.

Em ano eleitoral, floresce a inclinação para verificar-se a utilidade honesta do erário, contando com inestimável apoio dos tribunais de contas, de entidade representativa dos Municípios da Bahia, entre outras instituições a serviço da lisura dos números.

Nos casos hesitantes, já há legislação robusta regendo licitações de contrato, em caminho iluminado por trâmites seguros desde o edital de seleção das empresas e prestadores em geral, até a análise atenta dos documentos finais.

Só vota enganado quem quer ou não saiu da condição de “analfabeto político”, pois basta verificar, nos casos de buscar reeleger-se, se o prefeiturável contraiu obrigações de investimentos sem reserva financeira para dar baixa.

Olhos bem abertos – e não vendados – serão de grande valia para evitar tentações de afanos à fatia generosa de 12% do Produto Interno Bruto, ou R$ 174 bilhões, montante capaz de melhorar o país, se aplicado de forma escorreita.