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OPINIÃO

Paraíso islâmico e perplexidade ocidental

Por Ranulfo Bocayuva | Jornalista | [email protected]

27/03/2015 - 0:00 h | Atualizada em 19/11/2021 - 6:40

Usando agressivas campanhas de informação online, baseadas em fotos e vídeos de decapitações, sequestros e outros horrores inimagináveis, além de bem traçadas estratégias de recrutamento de jovens militantes utopistas e desempregados, movimentos islâmicos radicais disseminam medo e terror para um mundo perplexo e passivo.

De seu lado, potências ocidentais aparentam incapacidade e descoordenação para combater estes inimigos difusos e suicidas que atacam alvos precisos em capitais europeias. Enquanto isso, são criados progressivamente pequenos califados jihadistas em "terras de ninguém" no Iraque, na Síria e na Líbia, por causa de intervenções militares desastrosas (nitidamente interessadas no petróleo e outras reservas) e de guerras sectárias e tribais internas.

Inicialmente associados à poderosa rede da Al-Qaeda, grupos islâmicos tomaram seus próprios rumos, aproveitando-se do vazio de poder após a queda, em 2003, de Saddam Hussein, no Iraque, de Muamar Kadafi, na Líbia, em 2011, e da guerra civil contra Bashar al-Assad, na Síria, em 2011.

Graças a enormes quantidades de armas e explosivos deixados por exércitos desorganizados, ricas jazidas de petróleo e administrações falidas, estes grupos expandiram seus territórios em nome da jihad, a "guerra santa contra os infiéis".

Segundo especialistas da Fundação Quilliam (www.quilliamfoundation.org), com base em Londres, e citados pelo "Washington Post", a Líbia é particularmente estratégica para o Estado Islâmico. Primeiro, por sua localização geográfica, já que dá acesso ao mar, deserto, montanhas e seis países: Egito, Sudão, Chade, Nigéria, Argélia e Tunísia. Todos com fortes laços islâmicos. Em segundo, porque a Líbia dispõe de amplo litoral para o Mediterrâneo e de onde se pode facilmente chegar à Europa.

Islâmicos radicais do Boko Haram já atuam violentamente no norte da Nigéria e grupos ligados a Al-Qaeda, na Somália, propiciando alianças por interesses comuns, apesar de objetivos específicos locais diferentes.

Mas resolverão só bombardeios ou o envio de forças militares ocidentais para a região?

Certamente, não. Esta tática militar não evitará novos ataques suicidas e atentados contra redações de chargistas que insistem em provocar adeptos fanáticos de Maomé em nome da liberdade de expressão do ponto de vista ocidental. E os outros pontos de vista? Não existem?

É bom lembrar que são europeus de origem imigrante, vivendo normalmente em precárias condições sociais e econômicas nas periferias de capitais europeias, que são aliciados para integrar estes movimentos radicais. Frustração pessoal, interpretação radical do Corão, exclusão econômica e política, trauma emocional são razões suficientes. Ou seja, aderir a uma religião é direito de qualquer cidadão, mas o uso da religião para fins violentos pode significar o desvio do exercício da fé e do amor. Mas o Islã não pode ser simplesmente rotulado de terrorista. Há extremistas de diversas origens religiosas e as causas econômicas e sociais são atualmente determinantes.

Como diz o advogado Mohamad Ali, diretor da Fundação Iftiin (www.iftiinfoundation.com), existe perigoso elo entre desemprego e terrorismo. Sua experiência na Somália foi baseada no incentivo ao empreendedorismo social como alternativa aos aliciamentos de jovens pelas redes terroristas.

"Eu acredito que o empreendedorismo pode ser a ferramenta mais poderosa contra o estado de espera. Ele capacita jovens para serem os criadores das próprias oportunidades econômicas que eles tão desesperadamente buscam", diz Ali.

Medo e terror numa mente vazia geram explosões.

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