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OPINIÃO

Pesadelo perpétuo

Confira o Editorial do Jornal A TARDE

Por Editorial

04/10/2024 - 0:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Pesadelo perpétuo
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O sonho de paz perpétua, doce herança do Iluminismo, volta a esvanecer-se, absorvido numa nuvem cinza de escombros e dor, devido aos novos rumos da guerra no Oriente Médio, palco de conflito envolvendo países fortes.

Emerge, assim, o pesadelo, em perfil de “realidade” dos desproporcionais ataques, ignorando-se cuidados com as populações, excedendo os generais em descontrole das armas, ao apagarem o último vestígio humanitário de um militar.

O sionismo rancoroso permite-se virar as costas à Organização das Nações Unidas, a mesma instituição a qual viabilizou a criação do Estado judeu, hoje ultrajada na tarja de “persona non grata” concedida a António Guterres.

Desdenharam os senhores do poder bélico a recomendação de cessar-fogo, enquanto silenciam as superpotências, restando o eco da palavra de um único e escasso homem – o presidente Lula – ao denunciar em bom som o genocídio.

Depois da dura resposta do Irã, ao enviar mísseis ao território israelense, as civilizações de todo o planeta aguardam com apreensão e sintomas próximos ao de um transtorno de ansiedade, qual o contra-ataque tramado por Tel Aviv.

Não bastassem as milhares de vidas subtraídas ao convívio dos seus, libaneses e palestinos põem-se a correr de suas casas, único método de escapar das ogivas despejadas com a alegação de matar mais um ou dois “terroristas”.

Ao manter Bibi Netanyahu o foco no resultado de exterminar o Hamas e o Hez- bollah, inviabiliza a vida em Gaza e na Cisjordânia, ampliando a estupidez com a invasão de sua infantaria ao sul libanês, convidando à retaliação iraniana.

O alvoroço gerado ao estourar de bombas e crepitar de ossos de corpos destruídos despertou o desejo por arder mais fogueiras, atraindo os houthis do Iêmen e grupos xiitas da Síria e do Iraque.

Dia 7, segunda-feira, será possível repudiar os efeitos do aniversário sangrento do estopim aceso pelo atentado resultante em 1.200 israelenses mortos e 200 feitos reféns, em iniciativa cega da resistência contra a opressão aos palestinos.

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