EDITORIAL
Somos todos Zumbi
Confira o Editorial do Jornal A TARDE desta segunda-feira, 20
Por Editorial

Tem-se o dia de hoje, o da Consciência Negra, como marco histórico da luta pela equidade de grupos étnicos, tomando por pressuposto a infelicidade imposta às comunidades pretas desde a escravidão de africanos.
A efeméride homenageia a saga do líder do Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, Zumbi, ao liderar a resistência de escravizados.
É razoável concluir pela continuidade deste ancestral exemplo de coragem, prudência, conhecimento e senso de justiça, em uma hipotética reencarnação do guerreiro em cada combatente contra a desigualdade.
O diagnóstico não permite qualquer escasso contra-argumento, exceto se falacioso: na distribuição de epidermes, as dotadas de melanina precisam mobilizar recursos para produzir a reabilitação.
Os oprimidos habitam periferias; são trabalhadores de baixa remuneração e com maior dificuldade na prestação do serviço; os jovens sem acesso às melhores escolas; são os pedintes, adictos, miseráveis...
São confundidos com assaltantes; alvejados pelas tropas; rejeitados nos restaurantes; atacados nas ruas ou em suas casas. Estão frequentemente jogados ao léu, sem saúde; condenados sem julgamento.
Como exceções, integram também grupos relevantes como magistrados, autoridades policiais, parlamentares, proprietários de terras e de empresas; CEOs ou outros cargos de salários mais elevados.
A terapêutica, no entanto, para esta doença social asquerosa que é o racismo, pode ter debate ampliado e qualificado, ao se incluir na luta aqueles solidários, independentemente da cor da pele.
Neste viés, é preciso pensar em novas e permanentes estratégias de aliança, com o objetivo de construir um novo tempo, no qual a luta antirracista seja de todos.
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