ELEIÇÕES 2022
1ª deepfake mostra pesquisa com informações trocadas
O vídeo usa áudio manipulado da jornalista Renata Vasconcellos, na bancada do JN
A colunista da Uol, Cristina Tardáguila, detectou a primeira deepfake do período oficial de campanha eleitoral de 2022. Desde a manhã de quarta-feira, 17, circula pelo WhatsApp, Twitter e Youtube uma montagem que mistura a voz da apresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcellos com os resultados de uma falsa pesquisa de intenção de votos
O vídeo é, na verdade, uma alteração da edição do dia 15 de agosto do principal telejornal da Globo.
Primeiro a gravação apresenta Renata diante da famosa bancada, anunciando que há uma nova pesquisa de intenção de votos referente ao primeiro turno da eleição deste ano. Depois, corta e mostra uma tela com um gráfico visualmente idêntico ao usado pela emissora no mesmo programa. Contudo, a foto do rosto do presidente Jair Bolsonaro aparece em primeiro lugar, com 44%, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segundo, com 32%. A última pesquisa divulgada pelo Ipec mostra, no entanto, exatamente o oposto: Lula em primeiro, com 44% das intenções de voto, e Bolsonaro em segundo, com 32%.
Monitoramento de redes realizado na tarde de ontem, 17, identificou que a deepfake se espalhava pelo WhatsApp, mas que também já havia se enraizado em redes abertas. Uma das versões encontradas no Youtube teve mais de 1.400 visualizações em apenas 12 horas e já confundia eleitores. "Essa pesquisa não é de 2018?", perguntou um usuário num dos comentários da publicação. "As verdades começam a aparecer", escreveu outro.
Procurada pela coluna na tarde de ontem para comentar o episódio, a TV Globo confirmou que o vídeo de Renata não é original e informou que o Ipec, instituto que faz pesquisas eleitorais e é citado na deep fake, está denunciando o material no Sistema de Alerta de Desinformação Contra as Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério Público Eleitoral (MPE).
Deepfake
Deepfakes são montagens difíceis de ser identificadas a olho nu e que buscam enganar o espectador, amplificando uma narrativa. É uma prática que surgiu no universo da pornografia (misturando rostos de famosos com corpos de atores e atrizes pornô) mas, em pouco tempo, foi parar na política.
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