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POLÍTICA

Aliados de Rui não veem clima de insubordinação na PM-BA, mas pregam atenção

Por Rodrigo Aguiar

01/06/2021 - 20:28 h | Atualizada em 01/06/2021 - 21:19
Em março, lideranças bolsonaristas incitaram motim da polícia contra Rui Costa | Foto: Mateus Pereira | GOVBA
Em março, lideranças bolsonaristas incitaram motim da polícia contra Rui Costa | Foto: Mateus Pereira | GOVBA -

Aliados do governo Rui não veem risco iminente de quebra da hierarquia militar na Bahia, mas alertam para a necessidade de estar atento a episódios como os ocorridos nos últimos dias em Pernambuco e Goiás.

No final de março, lideranças bolsonaristas tentaram incitar uma espécie de levante contra o governador depois da morte do soldado da Polícia Militar Wesley Soares. Além disso, dois dos maiores opositores do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) têm a PM como base eleitoral: os deputados Soldado Prisco (PSC) e Capitão Alden (PSL).

"Esse é um tema sensível, porque envolve as instituições que têm o monopólio da força. Essas instituições são designadas pela sociedade para proteger em momentos de crise e tensão e têm que comportar de acordo com a legislação. Estamos sentindo, infelizmente, uma crescente partidarização e politização desses segmentos das Forças Armadas e policiais", diz o deputado estadual Zé Raimundo, vice-líder do governo na Alba.

O debate voltou à tona após dois episódios recentes. No último sábado, 29, em Recife, policiais militares atiraram, por conta própria, contra manifestantes que protestavam contra o governo Bolsonaro. Atingidos por balas de borracha, dois transeuntes - que sequer participavam dos atos - perderam a visão. Além disso, a vereadora Liana Cirne (PT) foi atingida por spray de pimenta no rosto durante a repressão ao protesto.

Na segunda-feira, 31, em Trindade (GO), um professor e dirigente do PT local foi preso, com base na Lei de Segurança Nacional, por se recusar a retirar do seu carro uma faixa na qual chamava Bolsonaro de genocida.

"O que aconteceu em Recife demonstrou que houve um comando paralelo ao do governador. Isso não é a regra, mas pode ser uma exceção perigosa. Por isso, é necessário que os governos façam uma imersão sobre o nível de comandos paralelos que podemos ter no Brasil", afirma a deputada federal Alice Portugal (PCdoB).

Para o deputado federal Zé Neto (PT), os episódios citados são "atitudes isoladas". "Óbvio que não podemos brincar com a sorte, deixar crescer e desconsiderar", completa. Ex-líder do governo Rui na Assembleia, o petista diz que sempre houve bom diálogo com a tropa, mesmo nas greves. Zé Neto não vê risco de um motim na Bahia, como o ocorrido no Ceará no ano passado. "Temos uma hierarquia bem estruturada e o respeito à lei", afirma.

Líder das últimas greves da PM na Bahia, Prisco acusa o Estado de assassinar o soldado Wesley Soares. No dia 28 de março, o policial foi morto na região do Farol da Barra após atirar contra integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) depois de horas de negociação. Antes, disparou vários tiros de fuzil para cima, em um aparente "quadro de surto psicótico", como descreveu o governo.

Prisco aguarda os resultados de uma perícia particular. "Tomamos conhecimento que a Corregedoria da polícia não aceitou a perícia particular paga pela Aspra [associação de policiais comandada por Prisco] a favor da família de Wesley, que pediu essa perícia. A Corregedoria quer investigar ou justificar o assassinato de Wesley? A Bahia quer saber", disse o deputado, em vídeo publicado na última semana nas redes sociais.

Um dos maiores representantes do bolsonarismo na Bahia, o deputado Capitão Alden chegou a formalizar um pedido de impeachment do governador à época do caso Wesley. Em vídeo publicado nesta terça-feira, 1º, Alden diz que Rui "joga na vala comum atiradores e cidadãos de bem, comparando-os a criminosos, pelo simples fato de serem beneficiados com os recentes decretos do presidente Bolsonaro flexibilizando algumas regras". O deputado faz referência a uma entrevista na qual o governador atribuiu os índices de violência às políticas que facilitam o armamento da população.

"Deveria procurar se informar mais, de repente frequentar clubes de tiro e quem sabe até tentar obter o porte de arma de fogo. Os CACs [colecionadores, atiradores desportivos e caçadores] estão dispostos a serem submetidos a um processo técnico, que faz a juntada de diversos documentos dos mais diversos órgãos. Realizam ainda exames psicológicos, são submetidos a investigação criminal e social para adquirir o armamento de forma legal", acrescenta Alden.

Para Zé Raimundo, os colegas de Assembleia "tentaram, sem êxito, explorar" a morte do soldado da PM, porque "a corporação é madura". "O que estamos vendo agora é a reação de um pequeno grupo que, percebendo o esvaziamento do presidente, começa a querer intimidar", opina.

O governo de Pernambuco informou nesta terça a exoneração do comandante-geral da PM. "O governador Paulo Câmara aceitou o pedido de exoneração do comandante da Polícia Militar, Vanildo Maranhão, feito no início da noite desta terça-feira. Maranhão será substituído pelo coronel José Roberto Santana que atualmente ocupava o cargo de diretor de Planejamento Operacional da PM", anunciou a administração estadual, em nota.

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás afastou o policial militar que prendeu o professor pela faixa contra Bolsonaro. O PM responderá um inquérito. “O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Segurança, informa que não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade, venha de onde vier. Assim sendo, todas as condutas que extrapolem os limites da lei são apuradas com o máximo rigor, independentemente do agente ou da motivação de quem a pratica", informou o governo.

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