Alice defende pactos com o Congresso: 'Lula é o mais apto para isso'

As negociações entre o Planalto e o Centrão, para garantir a governabilidade do presidente Lula, devem ter novos capítulos na próxima semana.

Segundo informações do Estadão, o presidente, durante reunião com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), se comprometeu a tratar do espaço do grupo no primeiro escalão do governo, com Lira almejando o Ministério da Saúde.

Com muitas críticas de setores da esquerda por conta das negociações, o governo tem se visto em uma posição desconfortável, o que deve ser minimizado de acordo com a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA).

De acordo com ela, a governabilidade nesse 3º mandato de Lula não é assegurada, por conta da formação do Congresso que elegeu apenas 132 deputados de partidos originais de apoio ao petista dos 513 possíveis. Com isso, a necessidade de diálogo e pactos firmados é essencial para que haja tranquilidade para se governar.

"O Lula ganhou as eleições em um processo disputado, mas a formação do congresso não seguiu essa tendência de uma forma equilibrada. Vocês podem ver isso em pautas mais ecológicas como o Marco Temporal. Não obstante, a bancada da Bahia tem sido regular e fiel com as pautas do governo, mas essa não tem sido a realidade brasileira e por isso mesmo as pactuações precisam acontecer", pontuou.

Ainda segundo ela, ainda que haja um desquilíbrio grande na formação do Congresso, as eleições foram essenciais para derrotar "as forças da extrema-direita e da anti-política" e permitir assim que negociações occoram entre o governo e bases que ainda que sejam oposicionistas, são mais moderadas.

"Tem que se ter cintura, flexibilidade e essas forças que gerem o governo brasileiro, querem ter participação. Isso deve ser feito sem mudar a intenção original do governo e eu acredito que o Lula é o ser político mais habilitado para essa construção. O congresso é um espelho plano da sociedade brasileira e teve o resultado distorcido pela força do orçamento secreto. Isso tudo construiu distorções eleitorais e não devemos nos espantar com a construção de pontes", continuou.