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“Temos que ter harmonia entre os poderes”, diz presidente da CMS

Confira entrevista com o vereador Carlos Muniz (PTB), que assume a presidência da Câmara Municipal de Salvador

Por Osvaldo Lyra

02/01/2023 - 8:16 h | Atualizada em 02/01/2023 - 8:58
Vereador Carlos Muniz
ascendeu ao posto após renúncia de Geraldo Júnior
Vereador Carlos Muniz ascendeu ao posto após renúncia de Geraldo Júnior -

O vereador Carlos Muniz (PTB) assume nesta segunda-feira, 2, como presidente da Câmara Municipal de Salvador. No seu quarto mandato, ele foi alçado à condição de presidente do Legislativo após a renúncia do ex-presidente Geraldo Júnior, que deixou o cargo para assumir como vice-governador da Bahia.

Nessa entrevista ao A TARDE, Muniz fala dos desafios que enfrentará a partir de agora e destacou a importância de manter uma relação harmônica entre os poderes. “Queremos manter o diálogo e a independência, tão necessários para a Câmara, para que possamos beneficiar a vida das pessoas que moram e visitam a nossa cidade”, disse, , ao destacar que espera “colaborar para que o prefeito Bruno Reis venha a fazer uma boa gestão em Salvador, pois a cidade merece isso”. Até porque, ele entende que o sucesso da gestão da capital repercute diretamente na vida das pessoas. “É preciso oferecer oportunidades iguais para quem teve sorte diferente”. Confira:

O senhor está no quarto mandato como vereador, mas muitas pessoas ainda não conhecem Carlos Muniz. Como o senhor define a sua própria trajetória?

Tenho uma trajetória de muito trabalho, que me orgulha, mas que me desafia todos os dias. Nasci na Fazenda Grande do Retiro e fui criado no Barbalho, me formei em Administração de Empresas, mas sempre atuei como comerciante e representante comercial, o que me permitiu conhecer a cidade, seu povo e suas reais necessidades. Hoje sou filiado ao PTB e estou no meu 4º mandato. Em 2012, atingi uma marca histórica, quando fui eleito o vereador mais votado de Salvador, com quase 17 mil votos.

Ao longo de minha atuação como vereador sempre defendi bandeiras que considero fundamentais para a nossa população, como a saúde pública, um transporte urbano de qualidade, cultura e o esporte. Sempre defendi também a revisão da questão tributária, principalmente para os pequenos empresários, que não podem mais ser penalizados com novos aumentos de impostos. Pretendo usar toda a minha capacidade de diálogo e articulação para construir pontes, ajudando na volta da “normalidade" cívica e política, além de atuar para garantir a preservação da democracia e dos direitos básicos dos cidadãos.

Eleito presidente da Câmara, ao olhar para trás, deve passar um verdadeiro filme na sua cabeça. Esse é um sonho que se torna realidade agora?

Com certeza. Desde quando me elegi vereador pela primeira vez eu tinha o desejo de ser presidente da Câmara de Salvador. E agora esse sonho está se tornando realidade, após muito esforço e após contar com a colaboração de todos os amigos vereadores.

Até ser confirmado presidente, houve uma verdadeira guerra jurídica e política nos bastidores. Como o senhor viu esse processo?

Com naturalidade. Estamos em um ano eleitoral. Sabia que poderia ter esses embates e trouxeram isso para a Câmara, em uma eleição que, a meu ver, só teria a participação dos vereadores. Mas, infelizmente, como diz o ex-presidente Geraldo Júnior, as forças ocultas queriam que a eleição que foi feita por 39 vereadores fosse cancelada. Mas aí veio o Supremo Tribunal Federal (STF) e garantiu que a lei fosse respeitada integralmente, principalmente o que diz a Lei Orgânica do Município, que fala sobre a discricionariedade da eleição.

Com a renúncia de Geraldo Júnior e com a sua ascensão ao cargo, teremos eleição para algum cargo da mesa?

Não. Pela decisão do Supremo, que foi homologada pelo plenário da Câmara de Salvador, haverá a substituição de cada cargo da mesa pelos vereadores subsequentes. E assim foi. Na ausência do presidente, o primeiro-vice ocupa o lugar. O segundo-vice ocupa o lugar do primeiro-vice. O terceiro-vice ocupa o lugar do segundo-vice. E o suplente, que é o vereador Marcelo Maia, ocupa o posto do terceiro-vice.

Sua confirmação como presidente também passou pelo entendimento e diálogo com o prefeito Bruno Reis. Como se deu essa articulação?

O prefeito Bruno Reis é uma pessoa que eu gosto muito. Espero colaborar para que ele venha a fazer uma boa gestão em Salvador, a cidade merece isso. Queremos ter uma relação harmônica entre os poderes. Queremos manter o diálogo e a independência, tão necessários para a Câmara, para que possamos beneficiar a vida das pessoas que moram e visitam a nossa cidade.

Então como pretende conduzir essa relação com o Executivo? Teremos um ano de trégua e muito trabalho ou um ano em que ainda pode existir algum tipo de tensionamento?

Eu acho que trégua não. Eu acho que nós temos que ter harmonia entre os poderes. Quero fazer um trabalho que seja o melhor possível para melhorar a vida do povo de Salvador. E pretendo ter essa parceria com o Executivo, com o prefeito Bruno Reis, com a sua bancada, para que a gente venha a dar o melhor e fazer o que a população espera, que é melhorar a vida deles.

Uma relação não só com a prefeitura, mas com o governo estadual também, presidente, já que o Estado tem uma atuação grande na cidade?

Com certeza. Eu acho que o governo do estado é essencial para que a gente venha a resolver problemas estruturais da cidade, que são históricos, de muitos anos. E mais, esperamos atuar junto com o governo do estado, a prefeitura e com o governo federal. Até porque, o trabalho do vereador não se resume à atuação legislativa ou dentro do plenário.

O vereador tem uma atuação muito grande nos bastidores, que muitas vezes não é vista por toda a população, mas que tem um impacto enorme na vida de todos. E dentre as funções do vereador está o trabalho de fiscalização do Executivo, além da intermediação, de levar as demandas das comunidades para os órgãos públicos, pois o vereador não faz obra, mas atua como interlocutor do processo, por exemplo, ao pedir a construção de uma escadaria, uma escola, ou ainda para consertar os postes de energia elétrica, asfaltar ruas e avenidas, dentre tantas outras ações que demandam muito e que muitas pessoas não veem. Só o vereador sabe as dificuldades que cada morador tem nos bairros, pois nós somos as pessoas que cobram o Executivo para que ele realize o que o povo espera.

Um dos focos de tensão recente na Câmara foi a composição das comissões temáticas da Casa. Como vai ficar essa questão e o equilíbrio de forças entre as bancadas?

Iremos fazer o que a lei determina. Espero que seja a vontade dos vereadores, que ela prevaleça e que o Executivo, com isso, aceite a vontade dos vereadores e aceite a composição das comissões.

Como pretende se relacionar com as bancadas de governo, de oposição e independente? Como será esse diálogo no dia a dia?

Da melhor forma possível. Eu acho que quando chega um projeto que a oposição faz uma emenda ou um vereador da base independente ou da base de governo, eles fazem aquilo para beneficiar o povo em algo mais. Então, eu pretendo ouvir os vereadores para que cada um dos 43 integrantes do Legislativo possam participar de maneira ativa da vida do povo de Salvador.

O que pretende colocar como prioridade na sua gestão, presidente?

Pretendo trabalhar de forma independente e atuar com muita dedicação para fazer com que a população de Salvador tenha orgulho de ter o vereador como seu verdadeiro representante, aquele ente público que está mais próximo dele, que ouça mais as suas dificuldades, e que trabalhe para que essas dificuldades sejam solucionadas. Vamos atuar de forma colegiada, ouvindo a todos, para que possamos fortalecer tanto a Câmara como o trabalho dos próprios vereadores. E mais, atuando de forma independente e ao mesmo tempo, ampliando o diálogo com os demais poderes.

Existem projetos na Casa que já tiveram grande relevância, e que, por conta da pandemia, foram paralisados, como o Câmara Itinerante. O senhor já tem um planejamento, pretende fazer algum movimento de aproximação da Câmara com a cidade?

Eu pedi um levantamento aos diretores da Casa, para que todos esses projetos possam vir para a minha mão essa semana. Eu inicio o meu mandato como presidente nesta segunda, dia 2 de janeiro, e espero que esses projetos, sobretudo os que são bons para a população de Salvador, possam ser fortalecidos e outros tantos possam ser colocados em prática.

Como o senhor viu a última eleição para governador da Bahia? A vitória de Jerônimo mostra a força do governo Rui, a força de Lula e a rejeição ao individualismo na política?

Com certeza. O presidente Lula mostrou uma grande força não só em Salvador e na Bahia, mas no Nordeste como um todo. E foi um trabalho que teve um grande esforço do ex-governador Rui Costa, do senador Jaques Wagner, mas que teve, na minha visão, o protagonismo de uma pessoa importante, que é Geraldo Júnior, que foi imprescindível, sobretudo, na eleição em Salvador. Geraldo garantiu a empolgação necessária para a campanha.

A vitória do presidente Lula marca o início de um novo momento na política e nas relações no Brasil. Qual a expectativa do senhor para esse período que se inicia agora?

As melhores, porque eu tenho certeza de que Lula irá fazer o que é a obrigação de um presidente, que é cuidar das pessoas, acabar com a fome, que não tem como a gente aceitar isso, já que somos um país que tem uma produtividade agrícola tão elevada. Temos um dos maiores rebanhos bovinos do mundo e, diante disso, ter ainda pessoas passando fome é algo inadmissível. Então, eu tenho certeza de que o presidente Lula irá governar para as pessoas que mais precisam.

Pra finalizar, que mensagem o senhor deixa para a população, ja que está diante de um novo desafio na sua vida?

A mensagem que eu deixo é que a população pode ter certeza que iremos nos esforçar ao máximo para fazer o trabalho que eles esperam, que é ter um vereador como representante deles e cobrar do Executivo para que sejam realizadas todas as melhorias necessárias para beneficiar o povo de Salvador, para que todos venham a ter uma vida melhor, de oportunidades, principalmente relacionado às áreas de saúde, educação, transporte público, geração de emprego e renda e infraestrutura. Até porque, fomos eleitos pelo povo e somos pagos pelo povo para trabalhar para ele.

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