PRESENTE SAUDITA
Acuado pela Receita, Bolsonaro diz que Michelle "poderia usar joias"
Ex-presidente defende que proibido seria "se desfazer das joias", mas não diz em que se baseia seu argumento
Por Da Redação
Após quatro tentativas de membros da época do seu governo de entrar ilegalmente no Brasil com R$ 16,5 milhões em joias, Jair Bolsonaro (PL) defendeu sua esposa, Michelle, que é acusada de tentativa de se apropriar indevidamente dos itens.
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"Poderia, no meu entender, a alfândega ter entregue [as joias]. Iria para o acervo e seria entregue à primeira-dama. O que diz a legislação, [é que] que ela poderia usar, mas não poderia se desfazer daquilo", disse Bolsonaro em entrevista ao SBT, na saída de evento em Washington.
As joias foram um presente do governo da Arábia Saudita para o governo brasileiro e não poderiam ser destinados à então primeira-dama, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco), Mauro Silva.
“Quando é enviado um presente ao governo, é valorizado todo protocolo envolvido, a cerimônia que esses processos possuem. Essa é a essência dessas questões diplomáticas. As evidências mostram que os itens eram para a primeira-dama e o próprio ministro disse isso, relatou e isso está documentado. Se, depois, ao ter as joias retidas, ele decidiu alegar outro motivo, é preciso investigar", alegou o presidente da Unafisco.
Entenda o caso
O ex-presidente Jair Bolsonaro e auxiliares se esforçaram para que entrassem ilegalmente no país colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões). A destinatária das joias era a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que receberia os objetos como presente do governo da Arábia Saudita. Os mimos, no entanto, ficaram retidos no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de São Paulo.
Segundo o Estadão, após a tentativa do “jeitinho” que o ex-ministro tentou dar, houve mais três tentativas envolvendo três ministérios: Economia, Relações Exteriores e Minas e Energia, além dos militares. A publicação narra que a última tentativa de retirar as joias aconteceu três dias antes do fim do governo Bolsonaro, no dia 29 de dezembro, quando um militar desembarcou no Aeroporto de Guarulhos em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) pedindo as joias, alegando que “não pode ter nada do [governo] antigo para o próximo, tem que tirar tudo e levar”.
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