ELEIÇÕES 2022
De olho nas eleições, Governadores fazem acenos a policiais
A categoria é uma as principais bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro
Por Da Redação
De olho nas eleições deste ano, governadores têm feito acenos a policiais nos últimos meses como uma forma de se aproximar do que é uma das principais bases de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
As forças de segurança pública dos estados, como Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, estão sob a alçada dos governos estaduais, o que leva as corporações a terem influência dos governos para a implantação de estratégias de atuação e de execução de políticas públicas.
No ano passado, em meio à crise institucional provocada por Bolsonaro, episódios de rebelião e ações autônomas de policiais se sucederam em meio à retórica golpista do presidente da República. À época, especialistas apontaram para um quadro preocupante e cobraram mais comando de governadores e transparência nos protocolos dessas instituições, em meio a um processo de politização.
No Ceará, onde a relação do governo com policiais militares é vista como tensa, o governador Camilo Santana (PT) tem se reaproximado da categoria.
Em Pernambuco, o panorama não é diferente do Ceará. O governador Paulo Câmara (PSB) atendeu a um pleito da PM e promoveu a mudança nos critérios de promoção dos policiais dentro da corporação.
As novas regras resgatam o critério da antiguidade e devem ser iniciadas em março. Paulo Câmara também determinou a extensão do direito à promoção pós-morte aos militares, mesmo quando ocorrida em períodos de folga.
Na Paraíba, a relação entre o governo e a PM passa por momentos de tensão em meio à negociação do reajuste salarial dos policiais. O clube dos oficiais aprovou, mas ainda não há unanimidade na tropa sobre as contrapropostas para os salários em 2022 feitas pelo governo de João Azevêdo (Cidadania), que vai buscar a reeleição.
Em Santa Catarina, o cenário é oposto, com um militar no poder. Eleito em 2018 na onda bolsonarista, o governador Carlos Moisés (sem partido), que era comandante do Corpo de Bombeiros, tem usado a proximidade com militares para resistir a desgastes políticos.
Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) usou a segurança pública como uma das estratégias da campanha eleitoral de 2018. No entanto, desde que assumiu o Palácio dos Bandeirantes, a relação com os policiais militares sofreu desgaste.
Uma das promessas de campanha foi tornar a polícia de São Paulo a segunda melhor paga entre todas do país. A meta não foi alcançada e, caso não veja viabilizada, pode trazer consequências eleitorais para o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que será apoiado por Doria para o governo em outubro.
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