BRASIL
Em carta, Pedro Guimarães oficializa pedido de demissão da Caixa
Alvo de denúncias de assédio sexual, ex-presidente se reúne com Bolsonaro e diz ser vítima de uma alvo de uma “situação cruel"
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, oficializou seu pedido de demissão da presidência da Caixa Econômica Federal. Em carta entregue em mãos ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e dirigida aos brasileiros e aos colaboradores do banco Guimarães afirma que não teve tempo para se defender é que é alvo de uma “situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”. Bolsonaro aceitou o pedido de demissão.
No texto, Pedro Guimarães afirma que sempre se "empenhou no combate a toda forma de assédio" e nega as acusações de assédio sexual denunciadas por funcionárias do banco. Ele apontou ainda que sua ascensão profissional não ocorreu em decorrência de "troca de favores" ou "pagamento por qualquer vantagem".
Citou também prêmios que recebeu durante sua gestão no banco . Guimarães afirmou ainda que deixa o cargo para se “defender das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram”.
O ex-presidente da Caixa acrescentou: “A partir de uma avalanche de notícias e informações equivocadas, minha esposa, meus dois filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por diversas acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade”.
Funcionárias da Caixa denunciaram Pedro Guimarães em diversos depoimentos concedidos ao site “Metrópoles”. Elas também relataram os fatos ao Ministério Público Federal do Distrito Federal, que investiga o caso.
As entrevistas foram dadas sob condição de anonimato para preservar a identidade das envolvidas. Nas entrevistas, as funcionárias do banco narram toques íntimos não autorizados, convites incompatíveis com a situação de trabalho e outras formas de assédio por parte de Guimarães. “Ele passou a mão em mim. Foi um absurdo. Ele apertou minha bunda. Literalmente isso”, relatou uma vítima ao “Metrópoles”.
Outra funcionária do banco detalhou um jantar em que Guimarães falou sobre a intenção de organizar um “um carnaval fora de época” onde “ninguém vai ser de ninguém. E vai ser com todo mundo nu’”. Outros presentes no local confirmaram as falas do executivo. As situações de assédio aconteciam, na maioria das vezes, em viagens do executivo como parte do programa Caixa Mais Brasil.
Pedro Guimarães falou na carta sobre o inquérito sigiloso instaurado no Ministério Público Federal, objetivando apurar denúncias de casos de assédio sexual.
“Ao longo dos últimos anos, desde a assunção da Presidência da CAIXA, tenho me dedicado ao desenvolvimento de um trabalho de gestão que prima pela garantia da igualdade de gêneros, tendo como um de seus principais pilares o reconhecimento da relevância da liderança feminina em todos os níveis da empresa, buscando o desenvolvimento de relações respeitosas no ambiente de trabalho e por meio de meritocracia”, afirmou.
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