DIA DECISIVO
Lula: reforma tributária está longe da ideal, mas precisa ser aprovada
Presidente destaca que texto da proposta foi fruto de articulação com diversas correntes ideológicas
Por Da Redação

Na tarde de quinta-feira, 6, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua decepção com o projeto de reforma tributária que está prestes a ser votado na Câmara, pois não corresponde exatamente à forma desejada por ele e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Apesar disso, ele defendeu a aprovação do projeto e ressaltou a importância de se conformar com o que foi negociado com o Congresso. “Estamos negociando com todo mundo e ela vai ser aprovada. Não é o que cada um de vocês deseja, não é o que o Haddad deseja, não é o que eu desejo, mas tudo bem”, afirmou.
Lula disse que o projeto é fruto com as diferentes correntes ideológicas. “Nós não somos os senhores da razão, nós temos que lidar com as relações de força do Congresso Nacional. Então, em vez de chorar o que a gente não tem, melhor a gente conversar com o que a gente tem. É preciso parar de reclamar, de lamentar, e passar a discutir como fazer, e vamos fazer”.
O posicionamento do presidente Lula difere daquele do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que emitiu uma nota manifestando-se contra a reforma tributária e indicando que a bancada do PL votará contra a proposta. Essa postura de Bolsonaro gerou uma crise pública com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, após uma reunião com Haddad, passou a defender a aprovação da reforma.
Após intensas negociações, o relator da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), apresentou na quarta-feira uma versão do relatório que inclui a isenção de impostos sobre a cesta básica de alimentos, estabelecendo essa medida na Constituição. Além disso, ele tem previsto publicar uma terceira versão do parecer nesta quinta-feira, formalizando acordos com governadores e prefeitos sobre a governança do Conselho Federativo, órgão responsável pela arrecadação e distribuição do futuro Imposto sobre Bens e Serviços.
O relator incluirá critérios detalhados no texto para determinar a participação de cada ente federativo nas decisões do colegiado. Além disso, ele definirá a distribuição do Fundo de Desenvolvimento Regional, que receberá um aporte de R$ 40 bilhões do governo Lula para compensar as perdas dos estados e municípios devido ao fim de incentivos fiscais e outras alterações no sistema tributário.
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