YANOMAMIS
Militares do Exército tinha grupo de Whatsapp com garimpeiros
De acordo com um relatório, um homem separava dez gramas de ouro por mês para pagar militares
Por Da Redação

Dois relatórios preliminares de inteligência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) preparados em 2019, foram divulgados nesta quinta-feira, 26, pela Folha de S.Paulo, onde revelam a participação de militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva (BIS), do Exército, em um grupo de Whatsapp com garimpeiros para informar sobre ações que seriam desencadeadas na região territorial Yanomami.
Os relatórios mostram a inação de Marcelo Xavier, nomeador para o comando da Funai pelo ex-ministro da Justiça e hoje senador pelo estado do Paraná, Sergio Moro (UB-PR), e o conluio de militares da região.
Indígenas e garimpeiros relataram uma lista de nomes, patentes e até o número de telefone celular dos militares gratificados com propina para informar as ações na região.
"[Meu chefe] possui diversos militares comprados que trabalham como informantes. [Eles] permanecem passando informações das operações para ele, oriundas de Manaus", diz um dos depoimentos.
Em outro depoimento, diz que um homem separa dez gramas de ouro por mês para pagar "militares que entregam informações sobre as operações" e avisam "quando [os soldados] entram [na TI] e quando saem, e como entram e quantos são".
Os relatos são de julho e agosto de 2019, quando o delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, ligado a ruralistas, presidiu a Funai.
Ainda de acordo com documento, os militares do BIS flagraram tráfico de ouro, crack, pasta base de cocaína e armas, que teriam sido liberadas, sem a abertura de nenhum inquérito pra aprofundar as investigações.
Os relatórios ainda revelam a participação de integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC, no território indígena, atuando com tráfico de drogas e transporte de minerais retirados ilegalmente da região.
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