Bruno Dantas toma posse no TCU e critica atos bolsonaristas

Interino no comando desde julho, quando substituiu a ministra Ana Arraes, que se aposentou, o ministro Bruno Dantas tomou posse nesta quarta-feira, 14, como presidente do TCU (Tribunal de Contas da União). Em discurso, ele condenou os atos de violência que ocorreram em Brasília por bolsonaristas e declarou que 'patriota não destrói patrimônio público'.

"Não é patriota quem destrói o patrimônio público ou privado, quem agride ou fere terceiros por diferenças ideológicas; quem se arma para derramar o sangue de seus patrícios. Não é patriota quem drena a energia, a alegria e a paz de seu povo", afirmou.

Participaram da posse de Bruno Dantas o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O presidente Jair Bolsonaro (PL) não compareceu. O governador da Bahia e futura ministro da Casa Civcil, Rui Costa (PT), e o próximo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), também estiveram presentes.

Na ocasião, Dantas enalteceu o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou para sentar-se na mesa de honra do evento, quebrando o protocolo da cerimônia.

"Eu poderia, ministro Alexandre de Moraes, repetir cada palavra pronunciada por vossa excelência na solenidade de 12 de dezembro último, por ocasião da diplomação do presidente e do vice-presidente da República eleitos.

No discurso, Dantas também lembrou a atuação do TCU contra a propagação de informações falsas, a que chamou peculato informacional, com dinheiro público.

Trajetória

Um dos ministros mais jovens a ocupar uma cadeira no TCU, Bruno Dantas tem uma trajetória sólida no serviço público. Natural de Salvador, chegou em Brasília aos 19 anos. Foi na Capital Federal que concluiu a graduação em Direito e iniciou sua carreira na área pública.

Começou como servidor concursado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e foi Consultor Legislativo do Senado Federal por 11 anos. É considerado um dos mais influentes processualistas do Brasil, com pós-doutorado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e inúmeros livros publicados. Desde 2014 integra o quadro de ministros do TCU.