Apesar da resistência de parte da esquerda em participar dos atos convocados pelos movimentos MBL e Vem pra Rua em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, quatro das maiores centrais sindicais do país anunciaram adesão às manifestações, marcadas para o próximo domingo, 12.
"É inquestionável que o objetivo do Presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática", diz trecho da nota assinada pelos presidentes da Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central.
Em conversa com líderes do MBL, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou não concordar com o mote "nem Bolsonaro nem Lula" e foi informado de que a prioridade dos atos é reivindicar o impeachment do presidente.
Segundo as centrais, o único interesse de Bolsonaro é "permanecer aferrado ao poder mesmo que isso signifique romper a legalidade democrática, visto que é cada vez mais evidente seu isolamento político e a perda de apoio popular, em suma, seu projeto de reeleição escorre entre os dedos".
Em manifestação na Avenida Paulista na terça-feira, 7, o presidente voltou a questionar o sistema eleitoral brasileiro e repetiu ameaças golpistas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), ao dizer, inclusive, que não cumpriria mais decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes.