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ELEIÇÕES 2024

Confira na íntegra a entrevista com João Henrique, candidato ao governo baiano

Por Roy Rogeres l A TARDE BA

13/09/2018 - 23:00 h
João Henrique Carneiro, candidato pelo PRTB: "A principal pauta da nossa campanha é a saúde pública"
João Henrique Carneiro, candidato pelo PRTB: "A principal pauta da nossa campanha é a saúde pública" -

Filho do ex-governador João Durval Carneiro, João Henrique nasceu em Feira de Santana, mas construiu a vida pública em Salvador, onde já exerceu mandatos de vereador, deputado, e prefeito, tendo comandado a capital baiana entre 2005 e 2012, e passado por partidos como PMDB, PDT, PSL, PR, e PR até à sua filiação atual, no Partido Republicano Trabalhista Brasileiro (PRTB), através do qual pretende chegar ao posto máximo no Palácio de Ondina. Em entrevista exclusiva para A TARDE, o candidato deu a sua versão para o isolamento político o qual se deparou no final do segundo mandato como prefeito de Salvador, acusando o Partido dos Trabalhadores e seus “irmãos siameses” PSB e PCdoB de terem lhe dado uma doída rasteira. Segundo João Henrique, membros destas siglas e do Partido Democratas (DEM), fizeram manobras políticas para tentarem impedir sua candidatura a vereador do município em 2014, e tentaram repetir no pleito deste ano, além de terem se unido em prol de uma severa oposição.

Reafirmando que tem “ficha limpa”, ele considerou que “antecipou uma batalha para ganhar uma guerra”, se posicionou contra o atual modelo de governabilidade que propõe pressões, chantagens e barganhas em troca de favores, prometendo desburocratizar processos de abertura e fechamento de empresas, e melhorar as condições de trabalho para servidores públicos do Estado, como policiais militares, professores e profissionais da saúde. João Henrique é contrário a legalização do aborto, contra a redução da maioridade penal, e favorável ao porte de armas para defesa em casa. O candidato explicou ainda como a religião se consolidou em seus discursos, e defendeu que as ideias do candidato Jair Bolsonaro paro o Brasil pode solucionar os principais problemas na Bahia. Sobre o criticado segundo mandato como prefeito da quarta maior cidade do Brasil, ele afirma ter sido “sabotado”.

O Sr. Já integrou no passado o PMDB, partido do presidente Temer, Geddel, Lúcio, Jucá, dentre outros, e agora está filiado ao PRTB, o que motivou essa escolha?

A escolha se deu pela figura ímpar do Dr. Levy Fidelix, eu sempre o admirei por seus valores morais e éticos, nunca obteve êxito como candidato a presidente, e abriu mão da vaga de vice-presidente para o general Mourão. Sempre vi nele valores éticos, morais, familiares, de pátria, de nação, e isso me seduziu muito. Na Bahia, o PRTB, ao contrário de outros partidos apelidados de “nanicos”, sempre teve candidaturas próprias nas majoritárias, seja para qualquer cargo. Então, ele nunca vez aquela política de lançar um candidato para num segundo momento adiante aderir a um candidato mais forte. Eu observei que o PRTB ia até o fim com seus candidatos, não fazia acordos, além da figura simpática do Da Luz, agora candidato a deputado federal, e que cedeu a mim a vaga de candidato ao governo, lhe sou grato.

Entre 2005 e 20013, o Sr. esteve à frente da prefeitura de Salvador, e quando deixou o comando da capital, disse, certa vez, ao responder uma crítica relacionada ao título de “pior prefeito do Brasil: “A gente chega na prefeitura cheio de ideias para melhorar a vida do povo, mas o sistema não deixa”, como Governador, acredita que o sistema permitirá melhorar a vida do povo?

Os tempos mudaram! Hoje existe um controle social muito forte por ordens dos tribunais e ONGs que fiscalizam processos, e isso facilita o trabalho de enfrentar o poder econômico, enfrentar o status cool, porque esses mecanismos, esses instrumentos, essas organizações, esses tribunais, todos esses organismos vivos, eles estarão do nosso lado para fazer algo pelo bem e interesse público, pela necessidade do coletivo. Acho que esses órgão hoje fazem a diferença. Na época que entrei na prefeitura muitos destes órgãos não existiam, ou não tinha ainda o poder social que têm hoje. Por aplicativos como WhatsApp se mobiliza pessoas por justas e boas causas, em menos de uma hora consegue encher um pátio, a frente de uma secretaria de estado ou município. Era uma outra época, outro momento histórico, a internet não estava tão inserida nas nossas vidas, não tínhamos essa força e mobilização online, e não tinha também força algumas instituições públicas de controle social. A própria operação lava-jato é um marco neste sentido, e a partir do fortalecimento dessas instituições dá para tentar uma experiência executiva onde a gente possa fazer mais pelo povo, por quem precisa.

O Sr. concedeu entrevistas à época que deixou a prefeitura afirmando que estava decepcionado com a política, e passou um período sabático. Recentemente o Sr. apontou manobras políticas para impedirem sua candidatura. Imaginava enfrentar essas dificuldades neste retorno, considerando o insucesso da campanha para vereador no último pleito, quando obteve pouco mais de 5 mil votos, e os empecilhos que quase o impediram de ser candidato ao governo este ano?

Esperava, porque a campanha de vereador foi insucesso em parte, pois tive também sucesso nela, eu queria provar que era ficha limpa, um cidadão elegível, e isso eu consegui provar. Pois espalharam na cidade toda que eu estaria inelegível por oito anos. Mas meus advogados me asseguravam que não, uma vez que não tive direito à defesa, garantido pelo artº5 da Constituição Federal, e me aconselharam a candidatura até para mostrar a sociedade, para os eleitores e para todo mundo que não estava inelegível, e, que, seria bom para a próxima campanha de governador, e gostei da estratégia. Então, demos entrada no TRE e para a nossa surpresa o TRE tinha um monte de processo de inelegibilidade, e o nosso só foi julgado faltando dez dias para as eleições, com isto só pude começar a fazer campanha e pedir votos para vereador praticamente faltando dez dias para as eleições. Sem constar que um ano antes, prazo para filiação de partidos, um outro partido que não quero dizer o nome por uma questão ética, foi ao nosso partido e subtraiu mais de 30 candidatos a vereadores. Os partidos para fazer uma vaga na Câmara ou na Assembleia precisam ter o coeficiente eleitoral, ou seja, a calda longa. Então, na véspera do prazo fatal, ir ao partido e retirar mais de 30 bons pré-candidatos, a vereador, ligados ao prefeito de Salvador, resulta na dificuldade de um ano depois eleição fazer os 30 mil votos para eleger o primeiro vereador, quanto mais dois, muito menos três, e foi isso que aconteceu. Um determinado partido, que me permita não dizer nomes, mas o mundo político sabe o qual se trata, foi até lá subtraiu todos eles, então o nosso presidente que tinha expectativa viveu um momento confuso, preocupado com outras questões macro e não se preocupou com essa questão micro. Não nos demos conta desta subtração dos pré-candidatos, e quando chegou o dia da eleição, com apenas dez dias de campanha, o PR como um todo somou 21 mil votos, e eu fui o mais votado com quase 6 mil, mas não foi o suficiente para a eleição, embora uma tabela divulgada pelo TER antes de acabar a apuração me dava como eleito em no primeiro lugar do PR. Chegamos a comemorar, recebi ligações dos amigos parabenizando, e o segundo colocado do partido estava com mais de 4 mil votos distante de mim. Entretanto, pedi paciência até o fim, mas só fizeram pouco mais de 15 mil e com meus votos 21 mil, o que não era suficiente para colocar o primeiro vereador na Câmara. Foram muitas coisas contra mim. Mas ganhei o direito de disputar a eleição por 6 X 0 em votação no TER, provando que não era ficha suja, e não sou. Ou seja, não foi uma derrota em todos sentidos, pois provei para a sociedade e o mundo político que me mais perseguiu, que já era e sou ficha limpa. Eu antecipei uma batalha para ganhar a guerra.

Quais foram os políticos que o Sr. disse temer o seu retorno por medo de serem derrotados nas eleições?

Os dois polos mais poderosos da política na Bahia, a esquerda e a direita. Por que nas minhas duas eleições para prefeito de Salvador, eu sai como terceira via, e enfrentei os dois polos, pela direita, o então senador ACM ainda era vivo, e tinha um candidato a prefeito, César Borges, que já havia sido governador do Estado, e estava no momento cumprindo mandato de senador, bastante popular, e Paulo Souto na época era o governador, e o prefeito era o então bem avaliado Antônio Imbassahy, com 80% de aprovação popular. Os enfrentei, e por outro lado havia o grande líder político em ascensão absoluta e vertiginosa, o Lula, que dois anos depois viria chegaria ao posto de presidente. O PT, com a sua máquina política muito bem organizada e aparelhada, os movimentos sociais e órgãos de controles, também já vinha em ascensão vertical, tanto que chegou ao governo dois anos depois da eleição. Derrotei as duas máquinas poderosas em 2004, e eles questionaram o fato de eu ser um jovem deputado de Feira de Santana (minha família a vida toda fez política em Feira), eu que me joguei numa piscina em Salvador sem saber se estava cheia ou vazia, pois era minha vocação e o que gosto de fazer, a minha vida, e estava bastante jovem. Me sinto bem quando faço bem aos outros, muito mais do que sinto quando faço a mim mesmo. Tudo que meu pai fez, como a construção de um conjunto habitacional em Cajazeiras para policiais, o Jardim Cajazeiras, me davam orgulho e vontade de continuar. Saí da quinta posição nas pesquisas, com um minuto de tempo de televisão, pelo PDT, e venci os candidatos de ACM, de Lula e o então bem avaliado prefeito. Isto despertou atenção do mundo político. Talvez o povo, até por temer o ACM tenha dito que votariam no candidato dele, mas na urna, no voto secreto, surpreendi a todos com a vitória, por meio da expectativa popular que queria um governo mais humano, solidário e pelas pessoas humildes. O que me deu a noção de que a minha capacidade de empatia, de me colocar no lugar do outro, era maior que a dos outros candidatos. No segundo turno os votos de Nelson Pelegrino vieram naturalmente para mim, e ficamos com 75,5% dos votos, e César Borges, candidato de ACM com cerca de 22%. Com isto comecei também a duvidar dos institutos de pesquisas, inclusive do Datafolha, que era considerado o mais sério, não só pela idoneidade do processo, mas considerando o medo que o povo tinha, de vinganças e etc.

Quais foram essas manobras, candidato? Quais políticos fizeram parte delas?

Os mesmos de sempre. Os dois “castelos de ouro”, que tratam as minhas iniciativas heroicas como iniciativas de “crime de lesa majestade”, eles acham que toda vez que João Henrique sai sozinho, sem grupo político, sem apoios financeiros e econômicos, com minha capacidade de empatia com o povo, e com a benção de Deus, que não é para sempre. Eu acho que eles não acreditam em Deus, provavelmente, e na capacidade de empatia, deve ser isto, porque todas as vezes eles me tratam como se eu fosse um subproduto da política, como se não estivesse no naipe deles, uma vez que eles vêm de castelos de ouro, ou estão com a prefeitura na mão, ou o governo federal na mão, ou o estadual, como estão agora. E aí eu venho, de forma ousada, como um Hobin Hood, tirar dos ricos para dar para os pobres, como um autor criminoso, do crime de lesa majestade. É a minha leitura. A minha versão, nestes dezesseis anos e que não pude dar, estou dando agora.

O Sr. Recebeu muitos prêmios como vereador, sendo considerado diversas vezes o melhor em vários anos. À frente da prefeitura ocorreu o contrário, quando o Datafolha anunciou uma rejeição de 79% ao seu mandato. Quais foram as suas maiores dificuldades enquanto prefeito?

No primeiro mandato o PT me apoiou no segundo turno, e Lula foi eleito dois anos depois. Apesar do DEM, na época com Paulo Souto no governo, não terem me ajudado nos dois primeiros anos, eu tinha a forte estrutura do PT, partido para o qual destinei as maiores secretarias: Casa Civil, Secretaria de Saúde, Ação Social, Meio Ambiente, foram muitas. Eu tive ajuda do PT, sobretudo depois de Lula eleito, no primeiro mandato. Eu trouxe vários programas para Salvador, Lula me ajudou muito, e fiz um primeiro governo com muita ajuda do governo federal, e o PCdoB também me apoiando, Olívia Santana dirigia a secretaria de educação, indicada pela sigla. Tínhamos um diálogo excelente com a APLB, nunca, jamais houve e havia em minha gestão um fuzil apontado para cara de um professor como vimos a pouco temo atrás nesta atual gestão. Predominava o diálogo, e sou tido por todos os servidores públicos de carreira como o melhor gestor, o melhor prefeito de toda a história. Pude implantar em Salvador o CAPS, SAMU, CRAS, e vários programas sociais, mas a manutenção era 100% prefeitura. Eu não podia aumentar a arrecadação, pois sempre tive uma história de luta em defesa do contribuinte, não podia aumentar impostos, então, o meu IPTU durante os oito anos eu só dava os 5% da inflação do ano, ao contrário do prefeito que me sucedeu que já começou dando aumentos absurdos. Eu segurei os oito anos para manter a minha coerência histórica, muita gente votou em mim porque eu era um deputado ante tributo, ante cobrança de impostos extorsivos. Os estacionamentos de shoppings centers eu segurei por 25 anos a cobrança, e, e o prefeito que me sucedeu liberou durante o São João no primeiro governo dele, em uma época que a cidade fica completamente vazia para não ter mobilizações e manifestações contrárias. Congelei minhas receitas, mas as despesas, sobretudo porque eu trouxe todos os programas sociais de Lula, as despesas só fizeram subir, e teve uma hora que fiquei estrangulado, e veio a lei de responsabilidade fiscal, no segundo mandato. O PT estava evitando colocar em vigor porque Marta Suplicy estava com inúmeros problemas em São Paulo de despesas em cima das receitas, e se a lei entrasse em vigor durante a estão dela certamente ficaria inelegível, mas havia desequilíbrio.

Com a receita comprimida em torno de R$ 3 bi, as despesas já estavam chegando neste valor, e no segundo mandato foi tentando buscar o equilíbrio permanente de contas, pois eu era defensor do contribuinte durante toda a minha história política, e por outro lado todos programas sociais que fiz questão de trazer visando as pessoas mais humildes, mais pobres, do Subúrbio, que era invisível nas outras gestões, assim como as ilhas, que eu abracei totalmente. Aumentei muito as despesas trazendo todos os programas que custavam caro a manutenção, criei a Guarda Municipal que estava há 20 anos na Lei Orgânica do Município, com incentivo de Lula. Fizemos um concurso para 1.300 homens, que passaram a colaborar com a Polícia Militar da Bahia, e para fazerem seguranças de lugares em que os profissionais, principalmente da saúde, não queriam trabalhar por serem lugares violentos, muitos professores também se recusavam por causa da periculosidade. A despesa aumentou muito, e minha consciência não permitia aumento além dos 5% previstos para a época. Tive de discutir muito com minha equipe.

O Sr. se arrepende de não ter feito o que era preciso? Acha mesmo que fez um bom segundo mandato?

Os dois mandatos foram bons, o primeiro pode ter sido melhor por eu ter tido o apoio do governo federal, que não tive no segundo mandato, e o apoio do PCdoB. O PT aos 45s do segundo tempo, ou melhor, nos pênaltis, o partido ocupando minha Casa Civil, a secretaria de saúde, de educação, me ligam à noite comunicando que os 7 ou 8 secretários que tinham no meu governo, dos 13 totais, eram ocupadas por indicações do PT, PcdoB e PSB, irmãos siameses até hoje, deixariam o governo. No outro dia pela manhã chegaram as cartas de demissão, e me disseram que teriam candidato a prefeito. Eu respondi: - “Mas justo agora que estamos apanhando aí há quatro anos da imprensa, com a receita parada, tomei essa rasteira, e foi forte. Uma pancada, um soco no fígado, foi quando o PMDB de Geddel Vieira Lima me estendeu a mão, ele era ministro de Lula, e disse que eu não morreria na mão, opinando que era mau caratismo o que estavam fazendo comigo. Ele me ajudou com a Avenida Centenário, com a requalificação da obra do Imbuí, com a Vasco da Gama, mais de duzentas contenções de encostas em Salvador. No segundo mandato me faltaram ambos apoios, e além disto, partiram para uma oposição tão forte que até o meu impeachment começaram a pedir. Queriam que eu amentasse os impostos, e no fundo no fundo, queriam jogar uma casca de banana, porque eu tinha todo um passado contra o aumento de impostos, e se eu os aumentasse, vinha outro discurso, o da incoerência, e Jaques Wagner já era governador, ou seja, eu também não tinha o apoio do governo do estado, embora eu tivesse o ajudado a se eleger, meu pai foi senador na chapa de Jaques Wagner, quando fizemos a chamada coligação branca, e fiz campanha para ele. Mas quando ele sentou na cadeira de governador... aí é outra história, precisaria de horas para contar as coisas que aconteceram, depois que dei o meu apoio, que botei o meu pai na cadeira de senador, ao lado dele, aí… seria um dia para contar as mínimas e as máximas coisas que o PT começou a fazer contra mim para que o meu segundo mandato tivesse uma imagem altamente desgastada para que eu não viesse a ganhar uma terceira eleição deles, caso eu pegasse uma secretaria e viesse a inventar um candidato, como eles fazem e foi o caso de Rui Costa, Paulo Souto e César Borges. Geralmente se pega um candidato dá máquina e o joga como candidato... João Leão na época era meu secretário da Casa Civil e queria ser candidato. E o DEM de outro lado, com alguns meios de comunicação da sua propriedade começaram a desgastar minha imagem. Então, não foi apenas não contar com os apoios do governo estadual e federal, me isolaram, fiquei completamente isolado. O DEM de um lado, e o PT de outro, com seus castelos de ouro, me massacrando com a mídia, com as agências, para não fazer um secretário, por exemplo, o próprio João Leão, e botasse como candidato. Eles tiveram medo, e com as suas influências em alguns órgãos de esferas de poderes, dificultaram vários processos. No segundo mandato eles não me deixavam nem trabalhar, eu não conseguia, eram muitas acusações e eu precisava me reunir com os procuradores. Eles chamavam minha gestão de “República dos Procuradores”, porque o meu segundo mandato, inclusive as melhores secretarias, era de procuradores de carreira do município. Me cerquei deles e resisti ao fim do mandato me defendendo, não por opção, mas pela condição que eles estavam impondo de forma avassaladora, não pude ir para o ataque. Imaginem o PT juntinho com o DEM me fazendo oposição... Quebrei o oligopólio político por duas vezes, e a terceira eles não iram permitir, tendo o governo federal e estadual na mão.

A Mobilidade urbana durante a sua gestão foi intensamente criticada, o que faltou para avançar neste aspecto?

A prefeitura não tinha dinheiro para investimento. A obra do metrô faltava R$ 42 milhões apenas e o Ministro das Cidades era Mario Negromonte, e, eu tive uma curta passagem pelo partido dele, foi quando Geddel saiu do meu governo, entre o PR e o PRTB, eu passei pelo PP, tanto que João Leão era meu chefe na Casa Civil indicado pela sigla, na curta passagem que estive no partido por que eu precisava inaugurar o metrô, e não tinha dinheiro para investimento. Geddel depois que perdeu a eleição de governador da Bahia ficou zangado comigo, passamos a ter desentendimentos internos. Ele esperava ganhar, e como não ganhou, e eu vinha tomando muita pancada do PT e do DEM, o PMDB não via mais sentido em continuar me apoiando, e ele não era mais ministro de Lula. Então procurei o PP pois era onde estava o ministério responsável, e João Leão me garantiu esses R$ 42 milhões que faltavam diversas vezes, e que, pelo menos, o trecho da Bonocô seria inaugurado. Inclusive o meu secretário dos transportes era indicado pelo partido. Mas não veio, e eu não pude inaugurar o metrô que era a obra que traria maior visibilidade e legado na questão da mobilidade. Entretanto, ainda no primeiro governo quando o PT me apoiava, consegui trocar todos os trens do sistema ferroviário, que são os amarelos que aí estão até hoje sucateados. Deixei até com ar-condicionado, eu deixei ali tudo lindo, tratava com carinho os trens pelo meu carinho com o povo do Subúrbio. Na minha reeleição, 70% dos votos vieram de lá, o que mostra que tiveram a percepção que o meu primeiro governo foi muito mais voltado pra lá, para os que mais precisavam e eram ignorados, como ainda são. Não trabalhei só para a parte da cidade nobre e rica e eles me deram esse reconhecimento. Depois tanto os trens quanto o metrô foram passados para o governo do Estado. Hoje eu tenho certeza que o que fizeram comigo foi sabotagem.

O Sr. teve as contas rejeitas pelo TCM em 2009. Na época, os vereadores votaram por deixa-lo inelegível durante 8 anos, explique como foi este processo e os seus resultados, e como surgiu os questionamentos quanto ao Sr. ser ou não ficha limpa?

Política, discurso político para tentar denegrir minha imagem, para dizer que sou ficha suja, de estar inelegível, que não vou concorrer, que quem der o voto em mim vai perder o voto, é desestimular as pessoas a quererem votar em mim, dizendo que tenho pendências judiciais e no TRE e eu não tenho, estou completamente limpo e não é de hoje que os fatos mostram isto, e não teria enfrentado uma batalha como vereador sabendo que ia perder, com apenas dez dias de campanha. Só antecipei uma batalha que seria agora, para ganhar uma guerra. Imagina se agora tivesse que explicar agora na campanha para governador, a Bahia inteira com seus 417 municípios, que sou elegível. Então já expliquei porque é obvio que se fui candidato a vereador, hoje sou elegível. Então vem os ataques do PT e do DEM por medo de perder a eleição para um político que não tem todas as coisas que eles tem, oriundo da terceira via e não tem grupo político, não tem avião, não tem jatinho, televisão, rádio, jornal, essas coisas todas que eles têm.

Sobre a questão religiosa: quando e como a religião passou a fazer parte da sua vida e do seu discurso político?

A partir do momento que eu entrei na política, com a convivência e observando o sofrimento das pessoas, e ter a graça de Deus de ter uma família unida como tenho, seis irmãos todos vivos, e meus pais também, então, só tenho que agradecer a Deus. Então comecei a frequentar as igrejas evangélicas, e ultimamente comecei a ler muito sobre física quântica, pelo espiritualismo, pela cultura oriental, por Buda, pelos ensinamentos da Monja Coen, eu diria que estou cada vez enriquecendo mais nos conhecimentos religiosos. Eu estava apenas com a igreja evangélica, e hoje além disto, estou estudando profundamente o espiritualismo.

De qual forma sintetizar as diferenças entre os princípios religiosos e os princípios de um Estado Laico, governando para todos e não para uma parte da população?

O Estado tem que ser Laico, tanto que mesmo evangélico eu fui a todas as Lavagens do Bonfim, as vezes uma ou outra igreja até me chamava atenção, diziam que não combinava muito um prefeito evangélico, na lavagem do Bonfim, e eu explicava que o Estado não pode ter uma só religião. Mas a maioria compreendia e até me acompanhavam.

Se eleito, como o senhor pretende consolidar uma base na Assembleia para aprovar as propostas do governo?

Eu sou contra a esse modelo de governabilidade que até hoje perdura no Brasil, acho que, se como eu espero, Jair Bolsonaro (PSL) ganhar a eleição, tenho certeza que ele vai implantar um novo módulo operante de governabilidade, ou seja, as chantagens, pressões, ameaças que certas bancadas faziam até então, com ele vai mudar. Pois ele vem com um estilo firme, duro, o candidato a vice-Presidente General Mourão também com um estilo firme, seguro de fazer política, e essa cultura das chantagens, da barganha, da disputa por cargos públicos, com negociações de votações polêmicas, disso tudo vamos virar uma página.

Já tem ideia do perfil de um futuro secretariado? As pastas atuais serão todas mantidas ou o Sr. pensa em fazer algum ajuste?

Eu quero reduzir o número de pastas, na prefeitura administrei com 13 pastas, o Estado hoje tem mais de 30. Acho muito pois gasta-se demais na atividade-meio, e deixa de investir na atividade-fim. As gestões administrativas hoje estão muito mais online que off-line. Em serviço público não pode ficar 100% online, pois tem a atenção pessoal, a empatia que atrás do computado não se transmite, mas, por outro lado, as empresas privadas estão partindo para o mundo online, então, quero ver se no meu governo, eu faço um mix de ambas, com o ON e o OFF, sem perder a personalização dos serviços. Com isto quero reduzir para cerca de metade essas pastas e desburocratizar vários processos, principalmente abertura e fechamento de empresas e microempresas. Nos Estados Unidos se faz isso em dois meses, aqui só em um ano em média para resolver estes casos, as ferramentas online trarão celeridade e eficiência na função pública. Eu também já não quero secretários políticos, eu não vou aceitar indicação política para nenhuma secretaria, sofri muito com isto nos meus governos a gente da prefeitura, no máximo o chefe da Casa Civil, que é um órgão político.

Qual o posicionamento do Sr. em relação à descriminalização do aborto?

O Jair Bolsonaro tem uma posição nacional e todos nós nos Estados estamos procurando seguir. Não somos a favor do aborto.

Sob nenhuma hipótese?

Temos uma linha espiritual, de quem enxerga além da matéria, que acha que existe outros planos de vida...

E o direito da mulher de decidir? Falamos muito no aborto que é feito pela mulher, mas existe também os inúmeros “abortos” masculinos...

Tem casos de estupro que a lei prevê. E a gente tem que ser legalista e concordar com a lei, mas, no geral, somos contra, porque é uma vida que está sendo tirada, pois a partir do momento que existe a fecundação já há vida

E da redução da maioridade penal?

A redução da maioridade penal não devia existir, acho que deve ser mantida como é hoje, de 18 anos.

Sobre o porte de aramas, partilha do mesmo pensamento do seu candidato à presidência Jair Bolsonaro? Ou seja, é a favor da liberação do porte de armas?

Em tese, me parece que ele mudou o pensamento, defendia o porte de arma em casa e na rua, e agora ele defende apenas para legítima defesa em casa. Dessa maneira sou a favor.

O senhor apoia o sistema de cotas na educação e funcionalismo público?

As cotas são consequência, mas enquanto as causas não forem atacadas, elas são necessárias. Concordo.

A Bahia é o Estado onde morrem mais pessoas LGBTS no Brasil por conta da violência e homofobia. O Sr. tem alguma política relativa ao combate à homofobia? Como este assunto será tratado no seu Governo?

A homofobia é algo desumano, penso que todos somos iguais, não vejo diferenças entre as pessoas independentemente da cor, etnia, raça, grau de evolução espiritual. Sou super afeito aos animais, quanto mais ao ser humano. As pessoas que conviveram comigo sabem como eu trato todas as pessoas. Enxergo muito mais dentro que o fora.

Políticas para empoderamento das mulheres, e igualdade de direitos e salários fazem parte do seu programa? De qual forma?

As mulheres continuam recebendo muito menos que os homens, e as melhores oportunidades de trabalho continuam também sendo dadas aos homens, e de 2016 pra cá isto ainda piorou, a injustiça feita com as mulheres no Brasil, nestes dois anos, foi maior com relação aos cargos e salários. Isto não pode acontecer.

É a favor da descriminalização da maconha para uso recreativo e medicinal ou contrário? E como resolver o problema das drogas (uso/tráfico) no Estado?

Sou indiferente com relação a isto, mas tudo em excesso faz mal, até remédio em excesso vira veneno. Tudo na vida em excesso faz mal. Tem países que descriminalizaram e não resolveu o problema do tráfico, e outros criminalizaram e também não resolveram. Tem usos medicinais também, acho que o governo federal terá o bom senso de buscar os resultados e debater.

Quais são as principais pautas de campanha?

A principal é a Saúde pública, defendemos que os médicos que trabalham na regulação sejam médicos concursados, e que o médico de regulação, seja o nome de uma nova função no setor público. Pois há muita pressão política, podem dizer que não, mas eu tenho informações de bastidores, de dentro da Sesab, que há pressões políticas na fila da regulação e isso é muito triste, uma vez que o critério técnico não é tão avaliado quanto ao critério político, e estamos falando de vida e morte. Na fila da regulação tem pessoas que se não houver critério técnico podem morrer.

Quero criar também o cargo de enfermeiro (a) de regulação, pois não ficarão tão vulneráveis a pressão política, tem muita vida entre os 1.300 pacientes que hoje esperam ser chamados. Outra coisa é fortalecer a “desospitalização”, o tempo em média de um paciente no leito precisa ser menor, e a medicina domiciliar ser aplicada, como já fazem no Hospital do Subúrbio e no Roberto Santos, e com isto, libera-se os leitos. Minha esposa é médica e me fala muito sobre a importância deste servido.

O Hospital do Subúrbio, por exemplo, é administrado através de uma Parceria Público Privada (PPP), e recentemente conquistou um lugar entre os 12 melhores hospitais públicos do Brasil, obtendo reconhecimentos e diversas premiações por seus serviços. O Sr. é a favor dessas parcerias?

Este é um bom exemplo, mas outros exemplos como os pedágios nas estradas eu suspeito muito dessas privatizações dos pedágios. Acho que os pedágio é um tipo de lobby regional.

Dá para realmente suspender as cobranças nos pedágios como faz parte das suas propostas de governo? Como equacionar esta conta?

Olhe bem, o Bolsonaro está dizendo que vai acabar com o IPVA. A equipe dele acha que não é um bem como o imóvel, é um bem móvel, e ele quer acabar com essa cobrança, pois não há sentido em se pagar pedágio e o IPVA. Se ele extinguir o IPVA os pedágios têm que continuar porque alguma coisa tem que bancar a manutenção das rodovias.

Então a sua proposta iria de encontro a dele, no caso de uma medida depender da outra, como assegurar ao eleitor que a proposta poderá ser cumprida?

Nós vamos rever essa política de pedágio sim, porque os valores estão muito alto, e são alterados no meio do ano sem nenhuma justificativa, sem nenhum serviço agregado, tudo por debaixo dos panos, os salários não aumentaram, sem justificativas. Então, diria que será um ou outro, ou o pedágio ou o IPVA.

Como acha que o meio político reagirá à proposta que pretende apresentar, caso vença as eleições, de obrigar os filhos de políticos a estudarem em escolas públicas e utilizarem o SUS etc.?

O meio político não vai reagir bem, o autor na verdade é o candidato ao Senado Celso Cotrim, então, ele vai aprovar no Senado Federal, uma vez que a competência de uma proposta dessa natureza não pode ser minha, mas pode vir de lá. Eu morei no Canadá, e vi que lá assim acontece e dá muito certo, tudo igual para todos, com o mesmo ensino. Em vários países não existe diferenças de classes sociais, eu acho decente, nobre, humilde e humano. Quando a educação e a saúde ofertada aos pobres forem a mesma dos filhos de políticos, serão adequadas e de qualidade, pois vão querer apontar e mostrar que os próprios filhos estudam nas mesmas escolas e têm a saúde tratada de forma igual, então, passarão a ter olhos mais carinhosos para com as duas questões. Defendo também salas com no máximo 30 alunos, critério indicado pela ONU como uma boa sala de aula, pois é impossível aprender com tanta gente assim.

Como está sendo feita a campanha no interior, muitas viagens?

Poucas viagens, pois o tempo curto e faremos mais propaganda online. A quantidade de debates e entrevistas e gravações este ano também estão muito grande, está difícil viajar. Selecionamos municípios polos, como Itabuna, Porto Segura, Ilhéus, Irecê, Barreiras para fazermos campanhas com nomes do partido.

Cuidar da segurança pública é essencial para o bem-estar da sociedade. De acordo com o Anuário da Segurança Pública, a Bahia é o estado brasileiro com mais mortes causadas por crimes violentos. Quais as suas propostas para reverter o quadro?

Câmeras de vídeo, a polícia militar tem o mapa da violência tudo isso online, então, vamos localizar as cidades mais violentas (Porto Seguro, Eunápolis, Lauro de Freitas, Salvador e Feira de Santana), são as cidades mais violentas da Bahia, e nessas cidades haverá vídeo monitoramento em todos os locais. Outra coisa, o pagamento por mérito e desempenho precisa ser ampliado, o atual governador já começou e eu quero manter e ampliar isto, e construir condomínios residenciais exclusivos para familiares de policiais, pois não podem morar ao lado de bandidos dado ao perigo que são todos expostos; a aposentadoria do policial e plano de saúde tem que ser compatível, e hoje reclama que não são compatíveis com as atividades de alto risco que exercem, reclamam muito que a previdência deles é baixa; quero trazer também industrias de equipamentos militares, munição, armamento, blindagem e proteção da polícia, atrair através de incentivos tributários, para oferecermos tudo isto de forma mais rápida para eles, as vezes se pede de São Paulo, de fora, e leva meses para chegarem aqui. Eu soube que policiais estavam usando coletes vencidos, e a bala pode atravessar, precisamos de rapidez nestes fornecimentos.

Recentemente a OAB abriu as portas da entidade para moradores do Nordeste de Amaralina e adjacências que denunciaram truculência nas abordagens policiais, e sobretudo, comparando as ações em outros lugares da cidade, que ocorrem de forma diferente. O Sr. concorda que há uma forma de tratamento da polícia diferenciada dependendo do lugar, e que muitas vezes ao invés da sensação de proteção transmitem medo a população?

Este é um problema tanto antropológico quanto sociológico, porque vem da sua cultura e valores sociais. Isso vai ser atacado na nossa gestão, para isto, os policiais me sugeriram e coloquei no programa de governo, a criação da Universidade da Segurança Pública, que vai funcionar sob a administração da secretaria de segurança pública, na qual oferecerá cursos de pós- graduação, mestrado e doutorado, e a ideia é a partir da especialização cada vez maior e melhor do policial militar, a gente ir “reaculturando” eles para agirmos neste problema, que é de fundo antropológico, sociológico, e cultural. Uma pessoa que faz uma especialização em segurança pública não agirá assim.

A agricultura familiar é um dos principais meios de movimentar a economia de milhares de baianos. Quais as propostas para fortalecer os setores?

Fixar o homem no campo é importante porque a urbanização acelerada das cidades leva aos problemas de densidade demográfica, violência e outros mais, e para fixar o homem no campo tem que levar água. Nos 565 mil KM² de território da Bahia moram 70% da população, mais de 7,5 milhões de pessoas, no chamado semiárido ou mapa da seca, e muitas vêm para região metropolitana para buscar oportunidades mesmo na informalidade, e 60% da população economicamente ativa, ou seja, ocupada da Bahia, PEA, está na RMS, no eixo industrial Feira de Santana, Camaçari, e Salvador, como a mãezona de todos, e isto traz muitos problemas, pois existe uma pactuação na qual os moradores de municípios que vêm à Capital e utilizam serviços aqui, o Município deve pagar por isto, o que na prática não ocorre, e o Estado tem dificuldades porque os prefeitos alegam que não têm recursos para cumprir. Vivi como prefeito essa experiência e como governador terei que acelerar essas pactuações com ferramentas online precisas e eficientes, com cobranças justas e eficientes. Além disto, tratar os ambulantes que vêm do interior, porque não criar um lugar onde possam se instalar, com banheiros e seguranças, como foi feito em São Paulo.

Qual a sua avaliação sobre o aproveitamento das capacidades do setor de turismo do Estado e como melhorar este setor?

A Bahia está em falta com o turismo, acho um absurdo o Estado querer fazer um centro de convenções belíssimo, de primeiro mundo, como vi em através da computação gráfica, e o município agora quer fazer outro, vai fazer outro, a menos de um KM do outro, não faz o menor sentido, deve ter um centro de convenções, e aí o prefeito e o governador têm que se entenderem em prol de um bem comum, de uma causa nobre, e definir apenas uma. E com o dinheiro que aplicariam em um equipamento poderia ir para a saúde pública, educação. Uma disputa política que só nos leva a crer que estão num grau de evolução espiritual ainda muito baixo. Cada um quer deixar a sua marca, e não pensam nos outros. Prefiro deixar de legado um hospital público de qualidade, escolas de qualidade, uma maternidade. Estamos em crise de maternidades, com locais sendo fechados, principalmente as filantrópicas, na Bahia toda, porque a tabela do SUS não foi corrigida. É preciso fazer uma grande maternidade, para isto é preciso capacidade de empatia. Não quero dois belíssimos centros de convenções, quero equipamentos como este, uma maternidade que possa atender as mães que estão parindo nos ônibus, nos carros de aplicativos, Taxi, na rua...Temos tantas costas lindas, a Chapada Diamantina, por que não explorar mais o turismo nesses locais incríveis, lugares com águas medicinais, a costa do Dendê, do Cacau... todas podem ser potencializadas e incentivadas tributariamente. Se o Estado investisse profissionalmente no turismo, nós teríamos, segundo as contas das entidades oficiais de turismo, uma geração de 5 milhões de empregos diretos e indiretos, pela vasta cadeia produtiva.

Concorda com as novas determinações do TSE, como proibição de doação por empresa para campanhas, por exemplo? Acha que a ação diminuirá a corrupção?

Concordo sim, acredito que diminuirá pois os políticos não deverão favores a essas empresas que financiavam as campanhas deles.

Qual a sua avaliação sobre a prisão do ex-presidente Lula?

A prisão de Lula até hoje eu me questiono, sinceramente, não tenho certezas, acho que tem aparatos judiciais com o meio que se envolvem com o meio político, tenho muitas dúvidas, como a prisão do Nelson Mandela, meu maior referencial político, que admiro muito, deixou um legado maravilhoso, e a prisão do Lula me remete muito a prisão dele, e fico na dúvida conceitualmente...

Como você avalia a atual situação política do país?

A situação política é horrível atualmente, mas sou otimista, e passado o marco da operação lava-jato eu espero que possamos ter políticos com novas ideias, com o degrau espiritual mais elevado, e que pensem sobretudo no interesse público no ser humano, e no cidadão que precisa para ter o mínimo de decência e dignidade na sua qualidade de vida. Quando os políticos começarem a se preocupar de fato, e por isso a necessidade dos filhos deles estudarem em escolas públicas, serem atendidos nos hospitais, postos e maternidades públicas. Isto já está acontecendo nas cadeias, desde que começaram a frequentar as condições já melhoraram bastante, mas deveriam melhorar para os presos comuns também. O político não é para ser intocável, não é uma majestade. Espero que a lava-jato tenha acabado com isso tudo, e a minha esperança é que a política seja um marco, antes de depois da operação.

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