VIOLÊNCIA ELEITORAL
Homem ameaçado por Zambelli diz que poderia ter sido morto
Porte de arma é proibido 24 horas antes da eleição; deputada disse que desobedeceu ao TSE conscientemente
Por Da Redação
O homem que foi ameaçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) com arma em punho neste sábado, 29, disse que a intenção da parlamentar e de seus acompanhantes era matá-lo ou prendê-lo. Em entrevista ao UOL, o jornalista, que pediu para não ser identificado, disse que confusão começou após troca de ofensas com Zambelli.
No vídeo que circula nas redes sociais, a deputada, vestida com uma camisa verde com a frase “Mulheres com Tarcísio e Bolsonaro” e apontando uma arma de fogo em direção a um estabelecimento comercial, ordena que o homem se deite no chão, momento em que as pessoas que estão no local saem correndo assustados.
O jornalista disse que quando a confusão se intensificou, ele disse para a deputada “te amo, espanhola”. Foi nesse momento que ele saiu correndo e a parlamentar e outro homem sacaram armas e o perseguiram.
A frase dita pelo homem perseguido é em referência a uma situação vivenciada por Zambelli com desafetos no Congresso. Em 2019, a deputada federal Joice Hasselmann afirmou na CPMI das Fake News que o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe perguntou se Carla Zambelli teria trabalhado como prostituta quando morou na Espanha. "Quem me perguntou na sala do presidente depois de eleito se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente", disse Hasselmann na ocasião. Em 2021, na CPI da Covid, o senador Omar Aziz usou a música de Flávio Venturini para rebater ofensas que recebeu de Zambelli.
Contra a lei
De acordo com a legislação eleitoral, é proibido aos colecionadores, atiradores e caçadores (CACs) o transporte de armas e munições nas 24 horas anteriores à eleição, assim como no dia e nas 24 horas posteriores a rodada de votação. A punição prevista é a prisão em flagrante.
Em entrevista ao portal Metrópoles, a deputada disse que desobedeceu de forma consciente a resolução da Justiça Eleitoral.
“Conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a legislação do senhor Alexandre de Moraes, porque ele não é legislador. Ele é simplemente o presidente do TSE e um membro do STF. Ele não pode em nenhum momento fazer uma lei, isso é ativismo judicial “, disse a parlamentar ao veículo.
A Polícia Civil investigará possíveis infrações por porte ilegal de arma, lesão corporal e disparo de fogo. Caso comprovado que o tiro disparado tenha sido na direção do jovem, uma infração por tentativa de homicídio também será investigada.
A resolução do TSE tem por objetivo “proteger o exercício do voto de toda e qualquer ameaça, concreta ou potencial. Além disso, busca prevenir confrontos armados derivados da violência política”, diz a justificativa da Justiça Eleitoral.
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