ARTICULAÇÕES
Lula busca atrair terceira via para vencer no primeiro turno
A avaliação foi feita durante almoço com políticos na residência oficial de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado
Por Da Redação
O risco de ruptura da democracia num eventual segundo turno da eleição presidencial foi o principal assunto do almoço entre o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e políticos aliados, nesta quarta-feira, 13, na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em Brasília. A informação é da Folha.
Para evitar que as ameaças de um golpe se concretizem, como propagado por Bolsonaro e seus aliados, Lula disse ser essencial vencer ainda no primeiro turno e que, por isso, ele e o PT estão buscando apoio de outros candidatos que compõem a terceiriza via, incluindo o PSD, de Gilberto Kassab, o MDB, de Simone Tebet, e o União Brasil, de Luciano Bivar.
Segundo a Folha, a conversa ocorreu entre Lula e os senadores Humberto Costa (PT-PE), Jean Paul Prates (PT-RN), Paulo Rocha (PT-PA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alexandre Silveira (PSD-MG), e o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG).
Lula quer conseguir o apoio de MDB, já que, segundo a Folha, ele disse que o PT cedeu em dez arranjos políticos estaduais sem exigir nada em troca, e que Bivar odeia Bolsonaro. O ex-presidente ainda falou que evitou críticas a ACM Neto, pré-candidato ao governo da Bahia, em visita ao estado, justamente para não prejudicar essas articulações.
A conversa destacou que os candidatos da chamada terceira via não emplacaram, o que ajuda a seduzir esses partidos e seus candidatos numa aliança com o PT. A mais recente pesquisa Datafolha aponta Lula com 53% dos votos válidos, enquanto Tebet teve 1% e Bivar nem pontuou. Como MDB e União Brasil têm tempo razoável de televisão durante a propaganda política, isso ajudaria a fortalecer a campanha de Lula. Problemas mesmo é garantir o apoio de Ciro Gomes (PDT), que parece irredutível.
Formalmente, o encontro serviu para obter de Pacheco uma garantia política de que ele defenderá a realização das eleições e que os candidatos eleitos serão empossados. Pacheco se comprometeu coma defesa da democracia.
"Nós todos saímos daqui com a garantia de que o presidente do Congresso Nacional, que, como nós temos dito, é a última ratio [último recurso] de defesa da democracia, dará posse aos eleitos no dia 1° de janeiro", afirmou o líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues.
Durante o almoço, sobrou críticas ao presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), por apoiar Bolsonaro e fazer vista grossa ao golpismo presidencial. Lula teria dito que nunca viu um presidente da Câmara com tanto poder e que sua intenção seria destruir a oposição.
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