REQUENTADO
Aras recorre a vídeo antigo para defender sistema eleitoral
Procurador-geral da República evita comentar encontro de Bolsonaro com embaixadores
Por Da Redação

Três dias depois do presidente Jair Bolsonaro reunir embaixadores para questionar a lisura das eleições no Brasil, um encontro que não só constrangeu os diplomatas mas provocou indignação dentro e fora do país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, saiu em defesa do sistema eleitoral brasileiro.
A resposta, no entanto, não foi nova. Sem citar o nome de Bolsonaro, Aras postou nesta quinta-feira, 21, um vídeo de 10 dias atrás, publicado em seu canal do Youtube, de uma entrevista concedida a jornalistas de veículos estrangeiros, em que defende o sistema eleitoral do país.
Até então, Aras vinha mantendo silêncio sobre a reunião de Bolsonaro com os embaixadores, na qual o presidente repetiu acusações já desmentidas sobre o processo eleitoral brasileiro e as urnas. Políticos de oposição e até mesmo procuradores do Ministério Público cobraram de Aras um posicionamento contra a atitude do presidente. Deputados oposicionistas acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo para Bolsonaro ser investigado, entre outras possíveis ilegalidades, por crime contra o Estado Democrático
No vídeo, Aras diz que "as instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do povo, reduzindo a complexidade das relações entre governantes e governados". Mais adiante, o PGR reitera sua confiança no processo de votação brasileiro.
"Nós não aqui aceitamos a alegação de fraude, porque nós temos visto sucesso da urna eletrônica, ao longo dos anos, especialmente, no que toca à lisura dos pleitos", afirma Aras na gravação. Em outro trecho selecionado pelo Procurador-Geral, ele diz aos jornalistas que não acredita em um 6 de janeiro no Brasil, em referência aos eleitores do ex-presidente norte-americano Donald Trump , que, nesta data, em 2021, invadiram o Congresso dos Estados Unidos numa tentativa de reverter a derrota nas eleições.
"Eu tenho defendido que, quem ganhar a eleição vai levar, vai tomar posse", declarou Aras, que finaliza: "Nós compreendemos, e temos dito isso sempre, que a democracia é o governo dos contrários, que a democracia passa por uma tensão permanente, mas uma democracia se revela mais pujante, mais forte, na medida em que ela consegue resistir, com as suas instituições, a essa pressão contínua", completou o procurador-geral.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes