POLÍTICA
Furlan tira férias pela 3ª vez em menos de dois meses
Por Agencia Estado
Diante da indecisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em montar a nova equipe ministerial, o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, vai para seu terceiro período de férias em menos de dois meses, dando sinais de que aguarda apenas a escolha do sucessor para deixar o cargo. Desde o dia 23 de dezembro, o ministro tem tirado períodos de férias e retornado a Brasília apenas para cumprir compromissos oficiais ao lado do presidente.
Esta semana, Furlan voltou ao descanso. Tirou férias de 23 de dezembro a 15 de janeiro. Retornou para a finalização do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado no dia 22 de janeiro. Na seqüência, viajou para Davos a fim de acompanhar o presidente no Fórum Econômico Mundial, que terminou no dia 28 de janeiro. Em seguida, tirou férias de novo e retornou ao trabalho somente na semana passada, para o anúncio do Programa Nacional de Biotecnologia.
Desde ontem, está mais uma vez em férias. Deve voltar a Brasília após o carnaval.
Contrariando todas as expectativas do início do governo Lula, Furlan concluiu os quatro anos de mandato quebrando o estigma de seus antecessores, que tiverem passagens curtas pelo cargo. Todas as apostas no começo do mandato eram de que ele e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, seriam os primeiros a deixar o governo. A estratégia de Furlan, segundo ele próprio, tem sido cutucar o ministro da Fazenda sorrindo e aos poucos conseguir abrir os cofres públicos para a aplicação de medidas de desoneração tributária para investimentos.
O prestígio com o presidente, no entanto, não poupou Furlan de receber críticas em público. Lula já se queixou de ele ter anunciado medidas em estudo antes de estarem concluídas. Também, em várias ocasiões, a área econômica do governo viu com maus olhos suas declarações em defesa da redução dos juros ou pedindo intervenção no mercado de câmbio.
Aos poucos, o ministro pôde imprimir sua marca. Nos bastidores conseguiu, aliado ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, derrubar Carlos Lessa da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, embora fosse seu subordinado, nunca respeitou a hierarquia e fez críticas públicas à política econômica.
Aliás, o BNDES é um dos principais fatores de desgaste. Desde o ano passado, o ministro tem dito a Lula que sua condição para permanecer na função é ter o BNDES, de fato, subordinado a ele. Como o presidente não se definiu, o ministro tem dito a assessores que não deseja mais continuar.
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