Oposição pede investigação de Bolsonaro por crime de ódio
Líderes querem federalização por causa do apoiador do presidente que assassinou um militante petista
Líderes da oposição no Congresso apresentaram, no início da tarde desta terça-feira, 12, uma representação à Procuradoria Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o político seja investigado por propagar crimes de ódio.
Segundo a CNN, a informação foi confirmada pelo líder da minoria na Câmara, Alencar Santana (PT-SP), que está no encontro.
“Queremos que haja apuração dos crimes de ódio e de seus propagadores. O que ocorreu em Foz do Iguaçu não foi um ato isolado. Há pessoas que estimulam essa conduta, dentre elas o presidente Jair Bolsonaro, que em diversas vezes disse que os seguidores sabem o que fazer. Por isso queremos que o PGR atue se manifestando, tomando medidas concretas", informou o parlamentar à CNN.
“Tem que apurar crimes de ódio, como essas pessoas atuam, a cadeia de comunicação e o papel do presidente pois, quando o presidente fala a seus seguidores, está sendo jogada uma senha. Por isso, vamos levar uma representação pedindo a abertura de um inquérito para apurar os grupos de ódio e também o presidente”, completou.
A oposição pede a federalização do crime que aconteceu no último sábado em Foz do Iguaçu, quando um apoiador do presidente assassinou um militante petista. De acordo com a CNN, a minuta da representação pede:
- A instauração de Procedimento de Investigação Criminal para apurar, em tese, a prática de crimes pelo Presidente da República e, ao final, a oferta de denúncia ao Supremo Tribunal Federal;
- A adoção das medidas administrativas e civis pertinentes, em função das responsabilidades pelos crimes, em tese, delineados na presente representação;
- A adoção de medidas, na qualidade de Procurador-Geral Eleitoral, para assegurar a lisura, segurança e higidez do processo eleitoral;
- A adoção de medidas civis, administrativas e penais para identificar com urgência grupos em redes sociais que vêm disseminando ódio e estimulando violência e intolerância política, de modo que sejam impedidos e responsabilizados;
- A adoção de medidas legais junto às plataformas de redes sociais, para que impeçam a divulgação, em seus mecanismos, de quaisquer condutas que representem práticas de ódio e intolerância política, especialmente no período eleitoral.
Na segunda-feira, 11, Bolsonaro disse ser contra qualquer ato de violência.
“Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era afiliado ao PSOL. O que eu eu tenho a ver com a com esse episódio de Foz do Iguaçu? Nada! Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Espero que não aconteça! […] Agora, o histórico de violência, não é do meu lado. É do lado de lá”, sugeriu.