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Coligação de Dilma avalia que eleição já acabou

Publicado terça-feira, 31 de agosto de 2010 às 20:31 h | Autor: Agência Estado

Os partidos da coligação que sustenta a candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República avaliam que a eleição "já acabou" e estão empenhados, agora, em contornar problemas regionais.

Em reunião do Conselho Político da campanha hoje ontem à tarde, dirigentes do PMDB e do PSB pediram "tratamento igualitário" por parte de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos concorrentes de todas as siglas que compõem a aliança nos Estados. "A eleição já está ganha, não tem mais eleição", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). "Agora é hora de nos unir nos Estados e nos vacinar contra intrigas", acrescentou.

"A não ser que haja um terremoto no céu, um tsunami no Paranoá ou um maremoto em Mato Grosso, a campanha já acabou", completou o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral. Para evitar polêmica, a cúpula do PMDB tenta agora negar que esteja de olho nos cargos de eventual governo Dilma.

"Não estamos discutindo o pós-eleição", insistiu Alves. Embora o presidente do PT, José Eduardo Dutra, tenha saído do encontro com discurso mais cauteloso, sob o argumento de que "não se pode subir no salto alto", todos os aliados deram a disputa como favas contadas no primeiro turno. "A oposição, capitaneada por José Serra (candidato do PSDB), renunciou, não apresentou qualquer modelo alternativo", comentou Amaral.

A ordem, agora, é evitar marolas e fazer de tudo para que nada desande na campanha. Até mesmo o lançamento do programa de governo de Dilma foi suspenso. Em conversas reservadas, dirigentes do PT alegam que o importante é apresentar os principais eixos do programa na propaganda de televisão e não dar margem para que a imprensa "procure polêmicas com lupa".

Blindagem

Mesmo com toda essa blindagem, os atritos entre partidos que integram a aliança de Dilma ganharam força nos últimos dias porque todos querem que ela e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareçam no horário eleitoral de seus concorrentes nos Estados. Cobram, ainda, que a candidata do PT e o presidente subam nos palanques de todos os aliados.

Na última sexta-feira, Dilma e Lula fizeram comício em Salvador com o governador Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição. Agora, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que também disputa o governo baiano, pede que a dupla retorne à capital da Bahia para outro comício, desta vez com ele.

No Ceará, o governador Cid Gomes (PSB), candidato a um segundo mandato, não quer que Dilma suba no palanque de Lúcio Alcântara (PR). Diante do impasse, a ex-ministra da Casa Civil já marcou e desmarcou várias vezes o retorno a Fortaleza, agora previsto para meados deste mês.

Dilma esteve na capital do Ceará há quatro meses, quando o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ainda não havia retirado oficialmente sua candidatura ao Palácio do Planalto. Na ocasião, a visita provocou protestos e ciumeira. Agora, ela espera que os aliados se entendam. O encerramento da campanha de Dilma será em São Paulo, em comício com Lula, na Praça da Sé, provavelmente no dia 28.

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