LAURO DE FREITAS
Cachorro morre em hotel pet e tutora aponta negligência
Dona do estabelecimento alega que tomou todas as providências, mas família foi omissa nas decisões
Por Bernardo Rego
As tutoras de três pets precisaram fazer uma viagem a trabalho e a partir dessa necessidade resolveram hospedar os filhotes em um hotel para cães localizado em Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Os animais foram entregues no dia 30 de junho e, a princípio, ficariam no estabelecimento pelo período de uma semana, mas acabaram ficando quase dois meses.
O casal Amanda Pinto, que é do interior da Bahia, e Iuna Falcão, natural de São Luiz, capital do Maranhão, foram para São Paulo por questões de trabalho e só retornariam após uns 50 dias. Os cachorros, que são irmãos, tinham cerca de 11 meses quando foram deixados no hotel apropriado para cães.
Acontece que, após várias semanas de estadia, uma das fêmeas cavou um buraco e acabou indo para a área onde ficam os animas de maior porte. Nesse momento, um dos cães adultos acabou se chocando durante uma brincadeira com a cadela e por conta disso foi necessário o encaminhamento a uma clínica especializada.
Após uns dias de internamento a cadela foi a óbito após sofrer duas paradas cardíacas e não resistir.
A tutora, Amanda, acusa o hotel e a clínica de negligência em relação ao tratamento dado ao animal e afirma que a cadela agonizou até falecer. A comunicadora social alega que uma cirurgia seria necessária e um valor foi solicitado, mas que não pode ser repassado de imediato e, por conta disso, a cadela não teria recebido o tratamento devido. Ainda segundo a tutora, a pequena Pipa, nome da cachorra, teria engolido um material e por conta disso o quadro teria se agravado.
O Portal A TARDE também conversou com a proprietária do hotel para pets, Fernanda Oliveira, que nos deu outra versão para os fatos. Segundo a empresária, todo o suporte foi fornecido para a cadela, mas por uma questão de agravamento do quadro geral, a cachorra não resistiu.
"Nós recebemos as cadelas, coisa que normalmente não fazemos por conta da idade delas, à época tinham apenas 11 meses. Mas após trazerem a documentação exigida decidimos acolher os cães. No transcorrer das semanas, tudo ocorreu dentro da normalidade e eu sempre mandava fotos e vídeos para a responsável, que é a sogra da tutora. A cada semana, a estadia era renovada e nós continuamos cuidando dos animais até que aconteceu esse episódio trágico", relatou.
Oliveira detalhou o que aconteceu no momento em que a cachorra começou a não aceitar a alimentação fornecida e a partir daí precisar ser encaminhada a uma clínica especializada. "Notei que a cadela destruía todos os brinquedos que eu dava e dessa maneira resolvi não fornecer mais. Porém, ao perceber que ela começou a vomitar toda a alimentação oferecida, decidi levar a uma clínica e acionei uma médica veterinária parceira do hotel para dar um suporte. A cadela chegou bem na clínica e após alguns exames como ultrassonografia e raio-x ela foi liberada", explicou.
Ainda conforme a empresária, após retornar para casa e continuar o processo de observação, notou que a cadela continuava sem aceitar a alimentação, e por essa razão, decidiu levar na clínica outra vez onde a cadela ficou internada. Detectou-se através dos exames que não houve ruptura do diafragma, mas que havia um corpo estranho dentro do animal. Por conta disso seria necessária uma intervenção cirúrgica, que segundo ela, demorou a ser decidida pela família. A unidade de saúde exigia o pagamento antecipado, que não ocorreu, mas a cadela veio a óbito, na terça-feira, 22, em virtude das complicações do seu estado geral após ser vítima de duas paradas cardíacas.
A dona do hotel relatou também que sempre tentou contato com as pessoas responsáveis pelos animais, sem sucesso, o que lhe custou tomar decisões por conta própria a fim de tentar salvar a vida da cadela. A cirurgia, segundo ela, custaria R$ 3500 e seria feita por uma equipe terceirizada que exigia o pagamento antecipado.
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