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CADERNO MUNICÍPIOS

Produção do licor para o arrasta-pé está a todo vapor

Fabricantes apostam em sabores de frutas da região, como umbu, maracujá da caatinga e acerola

Por Letícia Belém

29/05/2024 - 1:57 h
Imagem ilustrativa da imagem Produção do licor para o arrasta-pé está a todo vapor
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A bebida que mais combina com as festas de São João é o licor, e no estado é possível encontrar diversos sabores de frutas nativas e cremosos. Em Juazeiro, a produtora rural Marineide Arcanjo, da Cooperativa Agropecuária Familiar de Massaroca e Região (Coofama), produz 120 litros de licores de umbu e tamarindo com a marca Aroma da Caatinga, junto com oito pessoas da cooperativa durante todo o ano, além de doces e geleias.

Nos meses de maio e junho, quando há uma alta procura, ela se prepara para produzir 360 litros de licores para atender aos festejos do São João, porque os estoques ficam baixos rápido, como nesta semana.

A produção dá uma média de 30 caixas de licores por dia, com 24 garrafas de 500 mililitros cada, mas tem a expectativa de aumento da demanda este ano, inclusive por encomendas. Ela conta que vende os seus licores em um quiosque na estrada da BR 407, nas feiras da região, no entreposto de ovos, na Central da Caatinga e no Centro Público de Economia Solidária do Sertão do São Francisco (Cesol), onde é distribuído para vários municípios inclusive Salvador, como na loja do Salvador Shopping.

Há dois anos, a Associação Brejo Dois Irmãos produz o licor de buriti e de puçá (uma fruta bem roxinha), nativas da Caatinga, na zona rural de Pilão Arcado. A produtora rural Eliane Ribeiro diz que eles vão produzindo à medida do aumento da procura, mas que às vezes eles vendem bastante e nem conseguem atender toda a demanda. Eles produzem uma média de 100 litros de licor com a marca Buricã.

Frutas colhidas nas roças

Ela conta que eles colhem a fruta nas roças e deixa elas descansarem de 15 dias a um mês na cachaça. Depois acrescentam a calda de açúcar e os licores ficam deliciosos. Os licores são vendidos nas cidades próximas a Juazeiro, nas feiras agroecológicas onde são convidados a participar, na Central da Caatinga e no Cesol.

A Cesol informou que nesta época, os pequenos produtores, grupos familiares, associações e cooperativas que trabalham com licores estão no momento da produção, e que a comercialização dos produtos aumenta a partir do final do mês de maio. São licores de tamarindo, umbu, maracujá da caatinga, buriti, acerola e maracujá produzidos por 128 empreendimentos em dez cidades do Sertão do São Francisco (Curaçá, Uauá, Canudos, Juazeiro, Remanso, Pilão Arcado, Pilar e Campo Alegre de Lourdes. Existem 15 centros públicos distribuídos dentro do estado, comercializando os produtos da agricultura familiar, inclusive os licores nesta época do ano.

Em Salvador, a tradicional produção de licores no Convento Santa Clara do Desterro está a todo vapor, com seus mais de 30 sabores da bebida, de frutas e de rosas, colhidos no secular pomar do local. São mais de 2,5 mil litros da bebida, produzidas de forma lenta e artesanal pelas freiras franciscanas durante todo o ano, permanecendo em infusão no álcool e garantindo o São João na capital.

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