PÓS-GRADUAÇÃO
Ciência Sem Fronteiras:Ex-bolsistas compartilham experiência
Ex-bolsistas do Ciência sem Fronteiras, que retornaram recentemente ao Brasil, compartilharam suas experiências com os novos participantes do programa no Encontro de Orientações para Bolsistas, realizado recentemente em Brasília, no edifício-sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O evento tem como objetivo principal passar orientações gerais sobre a viagem e a graduação-sanduíche no exterior para os novos participantes do programa.
Cristiano Cunha, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), ficou 12 meses na Coreia do Sul para estudar engenharia mecatrônica.
"Tive a oportunidade de me aprofundar na pesquisa de um tema em um nível que ainda não tinha visto no Brasil. Estudos de inteligência artificial, mais especificamente neurorrobótica", explicou.
O estudante teve aulas em inglês na Coreia e pôde realizar um estágio na empresa Hyundai. Há duas semanas, o estudante foi contratado pela empresa Google, em São Paulo.
Da Universidade de Brasília (UnB), o estudante de engenharia Vinícius Santana foi para Cingapura em uma experiência de 15 meses. "Foram 12 meses de aula e pesquisa na universidade e mais três meses de estágio monitorado em uma empresa que me permitiu ir às Filipinas e Taiwan".
Para o estudante, a experiência requer dedicação. "Lá fora, temos menos aulas e mais tutoria, mais leitura. Tive contato com um nível de desenvolvimento tecnológico com que não tinha me deparado anteriormente, e a grande comunidade estrangeira presente nas universidades faz com que as diferenças sejam complementares", contou.
Para a ex-bolsista Monique Gasparoto, estudante da Universidade de São Paulo (USP), é importante que os novos participantes do Ciência sem Fronteiras demonstrem uma postura proativa nas universidades estrangeiras.
"Mostrem interesse, se coloquem e se apresentem. Foi dessa maneira que iniciei minha pesquisa em biologia sintética, algo que está começando no Brasil. Apresentei-me ao professor-coordenador e, graças a esse passo, pude colher muitos frutos".
Durante a graduação-sanduíche, Monique foi medalhista de ouro da competição International Genetically Engineered Machine (iGem). Hoje existe um time para participar da competição na USP.
Despertar tardio
Na abertura do encontro com bolsistas, o ministro da Educação, Henrique Paim, observa que o Ciência sem Fronteiras não é uma ação isolada. "O Brasil teve um despertar tardio para a questão da educação", lembrou ele.
"As pessoas em geral não têm noção de que uma ação educacional possui resultados a médio e longo prazo. O CsF faz parte desse esforço, que integra a educação infantil à pós-graduação".
Segundo o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, a participação no programa permite oportunidades únicas aos estudantes brasileiros.
"Os bolsistas do Ciência sem Fronteiras têm a possibilidade de conviver por algum tempo nas melhores universidades do mundo", afirmou.
Responsabilidade
A responsabilidade e o compromisso dos novos bolsistas com a transformação da realidade brasileira também foram tema do encontro de orientação. O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, definiu o CsF como um "programa transformador de vidas".
"Os bolsistas são um grupo seleto, e pelos próprios méritos conseguiram essa oportunidade de realizar um ano da graduação fora do país".
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