TRADIÇÃO
Festa de Iemanjá: processo de salvaguarda avança; saiba detalhes
Representantes de diversas entidades participaram de oficina dedicada à proteção do patrimônio
Por Ian Peterson*
O processo de salvaguarda da Festa de Iemanjá deu mais um passo importante, na noite de ontem, durante a 6ª oficina dedicada à proteção deste patrimônio cultural. O encontro reuniu especialistas e representantes de associações e entidades envolvidas na organização da festa para discutir ações e estratégias de preservação das tradições e a sustentabilidade do evento.
O plano de salvaguarda é um instrumento de gestão compartilhada que visa proteger e garantir a continuidade de bens culturais imateriais, como festas e celebrações tradicionais.
Ele envolve a criação de ações de curto, médio e longo prazo, em conjunto com os detentores do conhecimento e das práticas culturais para preservar esses patrimônios.
De acordo com Antonioni Afonso, coordenador técnico do projeto, a oficina deu continuidade ao processo de escuta ativa com moradores, pescadores e membros de terreiros que fazem parte da festa, para identificar problemas e propor soluções com foco na preservação e continuidade da Festa de Iemanjá.
“Não pensamos apenas em um plano para a festa, mas em algo que garanta a existência e continuidade das pessoas que realizam essas celebrações", destacou Antonioni.
O plano de salvaguarda inclui ações de educação patrimonial em escolas e comunidades, com o objetivo de preservar a celebração para as futuras gerações.
Os principais pontos levantados durante a oficina foram justamente a preservação das tradições e a proteção do meio ambiente no contexto da Festa de Iemanjá.
Evilásio da Silva Bolsas, presidente do Conselho Municipal das Comunidades Negras, destacou a importância de equilibrar a modernização com o respeito às práticas tradicionais.
“Essa é uma festa que já tem mais de 100 anos, mas, como tudo que tem a evolução, ela também sofre com essa evolução da humanidade. A ideia de um trabalho como esse, de salvaguardar o patrimônio, é garantir que possamos preservar os aspectos mais emblemáticos desses festejos”, afirmou.
Os materiais dos quais as oferendas são feitas foi um ponto destacado para projeto. “Estamos trabalhando muito com a proteção da natureza e tentando conscientizar as pessoas a fazerem presentes ecologicamente corretos. Evitar vidros e outros materiais que possam poluir o mar é uma prioridade, mas, ao mesmo tempo, queremos manter viva a tradição da festa”, explicou Evilásio.
Além disso, a oficina contou com a presença de representantes de diversos órgãos, incluindo associações comunitárias, autoridades ambientais.
Próximos passos
Uma das próximas ações para formulação do plano de salvaguarda é a apresentação do documento final ao Conselho Municipal de Política Cultural, que será responsável por analisar e aprovar o planejamento elaborado. “Após essa etapa, o plano será transformado em uma portaria, passando a ter força de lei,” explicou Antonioni Afonso.
Além disso, estão previstas novas oficinas para monitorar a execução das ações estabelecidas e garantir que as medidas de proteção ao bem sejam implementadas de forma efetiva. “Vamos continuar acompanhando e revisando o plano, para que ele atenda às necessidades dos detentores e assegure a preservação da celebração”.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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